
O verão, época de altas temperaturas e dias mais longos, é um período propício para a prática de exercícios físicos ao ar livre, que, para para quem sofre com dores crônicas, torna-se aliada no combate a esse desconforto.
Bernardo Silveira, médico especialista em dor crônica da Ápice Medicina Integrada, explica como se caracteriza esse tipo de mal. “Existe uma classificação das dores, que é feita de acordo com o tempo de duração. Geralmente, a dor aguda é ocasionada por lesão, dura pouco e desaparece quando cicatriza. Entretanto, se permanecer por mais de três meses, o incômodo é considerado dor crônica, caracterizada por ser contínua, intensa e de longa duração”, explica o especialista.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) calcula que 32% da população mundial sofram com esse problema. Segundo dados da SBED (Sociedade Brasileira de Estudo da Dor), no Brasil, mais de 60 milhões de pessoas são acometidas por esse tipo de dor. “É comum ver pessoas que reclamam de dores nas costas e nas articulações, enxaquecas, dentre outras. Algumas vezes, esses sintomas são ignorados ou automedicados, o que é um risco para a saúde”, alerta Silveira.
Existe uma crença de que o repouso é a melhor saída para tratar qualquer doença, entretanto o médico diz que, nos casos de dores crônicas, isso não passa de um mito. “Descansar e se recuperar têm uma função reparadora importante, mas isso não significa que não precisa se exercitar. As atividades físicas são recomendadas também para esses casos, pois são benéficas para todos os tipos de dores. As caminhadas e corridas, por exemplo, liberam endorfina, que são analgésicos naturais do organismo, além de impactarem no bem-estar do paciente, fisicamente e mentalmente”, fala o médico.
O clínico de dor ainda ressalta que todo exercício físico deve ser indicado e acompanhado por um especialista, que vai recomendar medidas para auxiliar no tratamento. “Na maioria dos casos, a atividade física é a melhor forma de tratar, mas não a única. É necessário analisar cada caso e, a partir disto, saber qual tratamento é o mais adequado. Sejam exercícios ou medicamentos, é importante ter vida saudável, manter boa alimentação, criar rotina que combine esses fatores, que, além de ajudar no combate às dores, ainda previne diversas doenças. Entretanto, é importante frisar que sempre deve haver a supervisão de um médico”, finaliza Silveira.