
Na noite de terça-feira (11/02) o movimento de consumidores finais e de compras no atacado na Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) tiveram aumento 50% por conta da enchente registrada no dia anterior na Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo). Os preços também tiveram alta de 30% em média, sendo que alguns itens dobraram de preço.
A Ceagesp só voltou a reabrir as portas na quarta-feira (12/02) depois das 14 horas, mesmo assim o movimento em Santo André continuou alto e segundo a expectativa do superintendente Reinaldo Messias, a normalização deve acontecer entre quinta-feira e sábado. A Craisa foi uma importante alternativa para os produtores que não chegaram a entrar na Ceagesp na segunda e terça-feira, vários caminhões desviaram o caminho e vieram para o ABC. “Obviamente não conseguimos atender a toda Grande São Paulo, porque o Ceagesp é muito maior, mas toda a demanda que veio nós atendemos”.
O prejuízo estimado com a perda de alimentos e outros danos com a enchente chega a R$ 24 milhões e isso de alguma forma acaba sendo repassado para o consumidor. Segundo Messias a os preços subiram já na segunda-feira e permanecem altos. O coentro é um exemplo de item que quase dobrou de preço o maço passou de R$ 8 para R$ 15; a caixa da alface subiu de R$ 35 para R$ 40 e o tomate que antes era vendido a R$ 50 passou para R$ 100. “O preço está alto, mas com a reabertura da Ceagesp a tendência é de normalização do abastecimento e equilíbrio dos preços até sábado”, analisa.
O superintendente da Craisa considera que a enchente é mais um fator que reforça a Craisa como uma opção importante para o abastecimento da Grande São Paulo. O projeto de ampliação já tem o estudo de viabilidade financeira pronto e se as intervenções forem aprovadas a central de abastecimento da região pode até vir a substituir a Ceagesp, que deve sair da Capital e ser transferida para outra cidade, já que faz parte do programa de desestatização do governo federal. “Estamos em um espaço privilegiado, bastante grande e que não tem sido ameaçado por enchentes. Estamos na Avenida do Estado que tem acesso para as principais rodovias, em contrapartida a Ceagesp está em uma região de muito trânsito e a enchente de segunda-feira mostra que não é mais viável a sua localização, então acho que é uma questão de tempo para que saia da Capital”, disse Messias.
A Ceagesp é vinculada ao Ministério da Agricultura e por lá passa cerca de 30% de tudo que comercializado em centrais de abastecimento de todo o país. Em outubro o presidente Jair Bolsonaro publicou decreto que inclui a Ceagesp no programa de desestatização.