Dois casos de mortes por infecção pulmonar em São Caetano preocuparam moradores nesta semana. Uma vítima era auxiliar de enfermagem, de 54 anos, que atuava no Hospital Albert Sabin, e outra era técnica de enfermagem, de 39 anos, que trabalhava no SAD (Serviço de Atenção Domiciliar). Outra técnica da área, de 34 anos, permanece internada por problemas respiratórios.
Afim de esclarecer os casos, a secretária de saúde de São Caetano, Regina Maura, fala sobre a origem das doenças nas profissionais. “São três casos que não possuem ligações uns com os outros. A primeira já era pneumopata, foi internada em 13 de novembro e faleceu no dia 30 de dezembro; a segunda também já tinha um problema decorrente de imunodeficiência; e a terceira desenvolveu Sara (Síndrome da Angustia Respiratória Aguda) a partir de uma sepse renal”, diz.
Regina ainda reforça que, em todos os casos, as pacientes foram internadas em hospitais particulares e já possuíam complicações respiratórias. “A auxiliar de enfermagem que infelizmente veio a falecer no final do ano passado permaneceu 40 dias internada, pois já tinha uma doença pulmonar obstrutiva crônica, era tabagista e possuía fibrose pulmonar, que resultaram em diversas complicações durante a internação”, conta.
No último domingo (2/2), a técnica de enfermagem que atuava no SAD (Serviço de Atendimento Domiciliar) e estava em férias também veio a falecer. A profissional tinha patologia gerada por imunodeficiência, usava corticoides em altas doses e, vitimada por bactéria e pneumonia, veio a óbito em um hospital privado, segunda a secretária.
A terceira acometida por problemas respiratórios, diferente das outras, não tem histórico de doenças pulmonares e permanece entubada para o tratamento de Síndrome da Angustia Respiratória Aguda, que desenvolveu em decorrência de sepse renal. A secretária Regina Maura falou sobre o estado de saúde atual da técnica. “A paciente evoluiu e já utiliza menos medicamentos”, afirma.
A secretária salienta que nenhum dos casos tem relação com o coronavírus ou ocorreu por contágio. “Nenhuma das profissionais tinham relações umas com as outras. Não ocorreu nenhum contato direto”, complementa Ricardo Carajeleascow, diretor técnico do Complexo Hospitalar.
Regina ainda alerta para a reprodução de informações incorretas. “Antes de pensarem que existem bactérias misteriosas que geram doenças, pedimos que procurem um profissional da saúde para esclarecer boatos como estes”, orienta.
Para a prevenção de ocorrências como estas, “existe uma comissão que realiza um controle rigoroso de materiais e ambientes, para que não ocorram casos de infecções hospitalares, inclusive a nossa central de esterilização passou, na semana passada, por uma validação”, esclarece Carajeleascow.
Epidemias
Como medidas preventivas para doenças que vieram à tona nos últimos meses, como coronavírus, H1N1 e dengue, Regina destaca como a cidade se prepara caso seja necessário lidar com as epidemias. “Já realizamos uma compra extra para estocar máscaras, gorros, aventais e luvas suficientes para proteger nossa equipe de saúde, que eventualmente tenha de atender casos de pessoas contaminadas”, conta. As precauções para o combate à dengue também foram citadas pela secretária. “Realizamos a compra de inseticidas para o fumacê que, a partir da semana que vem, irá contar com cronograma na cidade”, acrescenta.