As redes sociais viraram personagens principais nas eleições americanas, em 2016, e brasileiras, em 2018. A divulgação de informações, verdadeiras e falsas, de candidatos movimentaram os usuários. Com objetivo de entender a influência e apontar caminhos para a utilização dessas ferramentas, 14 escritores, entre cientistas políticos e especialistas em comunicação, escreveram o livro Campanhas Políticas nas Redes Sociais – Como fazer comunicação digital com eficiência, pela Matrix Editora.
Em entrevista ao RDtv, Samantha Teixeira, responsável pelo núcleo digital da Agência Nova Cin, de São Caetano, e uma das autoras da nova obra literária, considera que cada vez mais os políticos e assessores estão conscientes da importância das redes sociais não apenas nas campanhas eleitorais, mas durante os respectivos mandatos.
Samantha diz que não adianta ser um ótimo político se ele não soube comunicar isso para quem interessa e é aí onde estão as redes sociais, uma plataforma de comunicação para aproximar o cidadão do eleitorado. “Você cria e estabelece uma relação, se mantém acessível não só no período de campanhas eleitorais, mas durante o mandato, pois é preciso fazer uma manutenção no que foi construído nesse curto período de tempo”, explica.
Samantha destaca o crescimento exponencial do uso do WhatsApp no compartilhamento de mensagens, correntes e notícias. “Esses compartilhamentos são feitos, às vezes, sem tempo para ver a veracidade da informação, assim aparecendo as fake news”, comenta.
Segundo o relatório Digital in 2019, do site We Are Social, o Brasil é o segundo país onde o usuário passa mais tempo nas redes sociais (3h34 por dia, em média), atrás apenas de Filipinas. Entre as plataformas mais utilizadas estão o Youtube, Facebook, WhatsApp, Instagram e Facebook Messenger.
Apesar da grande utilização, Samantha considera que os candidatos não devem tornar o compartilhamento de informações na internet algo maçante para os eleitores. “Agora com as redes sociais é possível fazer listas de transmissões a todo o tempo, manhã, tarde e noite, e isso deixa o usuário esgotado, e ao invés de ganhar um voto, você perde, e isso não pode acontecer; até na pré-campanha, isso pode te tornar um chato”, ressalta.
Samantha Teixeira já participou de campanhas eleitorais e considera que a principal diferença ao longo do tempo é a utilização das informações falsas e de memes que tentam denegrir adversários. “Antes era tudo uma brincadeira mais inofensiva e hoje se vê que é algo que muda a própria política, consegue mudar o mundo real e não só o virtual, e precisamos usar hoje isso para fortalecer a Democracia e não subvertê-la de alguma forma. As fake news, algo que foi a grande mudança nessa última eleição”, completa.