
Burnout é uma síndrome psicológica decorrente da tensão emocional crônica, vivida pelos profissionais, cujo trabalho envolve o relacionamento intenso e frequente com pessoas que necessitam de cuidado e/ou assistência. Hoje, a síndrome é reconhecida como um risco ocupacional, isto é, uma doença profissional que afeta 33 milhões de brasileiros e já foi classificada como síndrome crônica pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
De acordo com a neuropsicóloga Roselene Espírito Santo Wagner, a síndrome tende a se desenvolver com maior incidência em profissionais que assistem e cuidam de pessoas, como nas áreas da saúde, educação e segurança pública. “O acometimento provém de sobrecarga física ou mental e estresse excessivo, relacionados ao trabalho, compreendendo exaustão emocional, distanciamento das relações pessoais e diminuição do sentimento de realização pessoal”, explica.
Os sintomas se dividem em três grupos: exaustão emocional (ee), despersonalização (d) e diminuição da realização pessoal (drp). A exaustão emocional é caracterizada pela condição de estar exaurido, esgotado, sem energia para enfrentar outro projeto e incapaz de se recuperar de um dia para o outro. Evidencia, desse modo, a experimentação psicofísica do indivíduo no limite de suas forças.
Já a despersonalização implica na adoção de atitudes de descrença, distância, frieza e indiferença em relação ao trabalho e aos colegas de trabalho. A despersonalização evidência, nesse sentido, que Burnout não é somente a síndrome do profissional exausto, mas também do profissional indiferente e descomprometido em relação às pessoas com quem trabalha.
A diminuição da realização pessoal tem como característica o fato de a pessoa se experimentar ineficiente, incapaz e certa de que seu trabalho não faz diferença.
A especialista aponta que os sintomas físicos e emocionais comumente relacionados à síndrome são dores de cabeça, tensão muscular, distúrbios do sono, irritabilidade, sentimentos negativos que começam a afetar o relacionamento familiar e a vida em geral, propensão a largar o emprego e absenteísmo.
A síndrome de burnout pode ser prevenida com com valorização da vida pessoal e formas de diminuir o estresse. “Encontre na rotina um dia para chamar de seu, para estar com quem você aprecia a companhia, onde você se abasteça de boas energias, fazendo o que gosta, onde prefere e com quem quiser”, recomenda a especialista.
Entre os tratamentos para o quadro estão, principalmente, adoção de medidas que refletem no estilo de vida e no cotidiano, como planos no curto prazo e atualização profissional para manutenção da motivação para exercer as funções profissionais. “É melhor fazer o que gosta do que ter de aprender a gostar do que faz, no entanto, se o seu estado mental já estiver muito comprometido, busque ajuda profissional. Um psicólogo poderá te ajudar”, orienta Roselene.