
Por Marco Aurélio Lipay*
Segundo a Sociedade Internacional de Medicina Sexual, a ejaculação precoce é aquela que ocorre em período menor que três minutos da penetração vaginal. Essas situações podem levar a frustrações e resultar na perda de interesse da atividade sexual ou rebaixar severamente a autoestima do homem.
A ejaculação é controlada pelo sistema nervoso central. Os homens são estimulados sexualmente e os sinais são enviados do cérebro para a medula espinhal que resulta na ereção; e quando atinge um nível maior de excitação, resulta na ejaculação, que é a liberação do sêmen através do pênis.
As causas precisas da ocorrência de ejaculação precoce não são conhecidas. Trabalhos mostram que a serotonina (substância produzida pelo sistema nervoso central) pode modular a resposta ejaculatória e, quando esses níveis estão reduzidos, pode desencadear a ejaculação precoce. Foi observado que pacientes em uso de antidepressivos aumentaram o tempo de orgasmo.
Os fatores psicogênicos – como depressão, estresse, culpa, expectativas irrealistas sobre desempenho sexual, história de repressão ou abuso sexual, falta de confiança, autoestima rebaixada, problemas de relacionamento e ansiedade – podem levar a distúrbios de ereção e ejaculação precoce.
Em outras situações, o homem tem problemas relacionados à ereção (disfunção erétil), isto é, não consegue sustentar uma ereção durante todo o ato sexual, o que resulta numa ejaculação mais rápida. A ejaculação precoce pode não ser o problema, mas a consequência e desaparece depois que a disfunção erétil é tratada.
Sabe-se que o envelhecimento pode levar a alterações nas ereções e ejaculações, mas não é uma condição específica para a ocorrência de ejaculação precoce. Alguns homens mais velhos, durante a consulta, relatam que as ereções não são tão firmes ou duradoras como no passado. A sensação de que a ejaculação vai ocorrer de modo mais rápido se dá em razão das mudanças naturais e fisiológicas do envelhecimento.
A melhor forma de resolver o problema é falar sobre ele. O urologista irá identificar a causa, fazer o diagnóstico, solicitar exames (se necessários) e sugerir o melhor tratamento, que pode envolver uso de remédios, terapia psicológica, terapia comportamental ou associação entre elas.
*Marco Aurélio Lipay é doutor em Cirurgia/ Urologia pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), titular em Urologia pela Sociedade Brasileira de Urologia e correspondente da Associação Americana e Latino Americano de Urologia