Com intuito de aproximar alunos da literatura clássica brasileira, o Colégio Ribeiro Maia, localizado em São Bernardo, organizou nesta quinta-feira (31/10) a 2ª edição da instalação literária. Em 2019, o projeto fez com que os alunos do 1º ano do ensino médio estudassem a fundo a obra Iracema, escrita por José de Alencar e publicada em 1865.
De acordo com Camila Cavallini, coordenadora pedagógica da instituição, o principal objetivo do projeto é estimular a leitura e facilitar a compreensão de obras densas, geralmente exigidas como leitura obrigatória nos maiores vestibulares. “Nossa proposta é dar vida ao livro e aproximar o aluno dessas obras”, afirma. A escolha da história a ser tratada partiu dos próprios alunos, que optaram por Iracema entre as obras recomendadas pela escola como leitura trimestral.
Além do viés literário, a mostra visa ações interdisciplinares ao mesclar a literatura com outras matérias em sala de aula. Para isso, os 33 adolescentes envolvidos no projeto fizeram ampla pesquisa sobre os elementos da obra, como a relação de Iracema com o presente e a questão ambiental e indígena. “Juntar a literatura na química, na física e tornar isso vivo foi o nosso maior desafio”, conta a coordenadora. A instalação aconteceu nas dependências do colégio e, além dos 450 alunos, a escola esperava reunir 150 pessoas entre pais e familiares dos estudantes, além da comunidade da vizinhança. Os alunos foram divididos em seis grupos que deviam explicar a obra por diversos meios, como jogos, exposições e painéis.
A escolha por fazer o trabalho com as turmas do 1º ano do ensino médio tem a ver, de acordo com Camila, com a possibilidade de trabalhar o desenvolvimento de algumas competências nos alunos que acabaram de sair do ensino fundamental, como maturidade, responsabilidade, liderança e trabalho em equipe. A preparação para o projeto começou em abril e, desde então, esses conceitos são tratados com os alunos cotidianamente. “Quando você vê um trabalho desse porte pronto, você consegue perceber quão rico foi esse diálogo”, analisa Camila.
No primeiro ano de mostra, em 2018, os alunos trabalharam com as obras do pintor, escultor e inventor italiano Leonardo DaVinci. Em 2020 a escola pretende seguir com a ação e ampliar o projeto para que ainda mais pessoas possam prestigiar o trabalho final. “Queremos expandir e, a cada ano, fazer algo mais rico”, completa a coordenadora.