
Trafegar pelas ruas e avenidas da região e não precisar desviar de buracos é quase impossível. As vias do ABC estão apinhadas do tipo de obstáculo, que põe em risco a saúde de pedestres e motoristas, e provocam danos nos veículos. O engenheiro civil André Sobreira de Araújo, inspetor-chefe do CREA-SP (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo), diz que uma das causas é o tapa-buraco, processo de recapeamento utilizado nas vias. Por se tratarem de reparos pontuais, ficam mais suscetíveis ao dano.
Araújo conta que a recapagem uniforme é o processo ideal para evitar a deterioração do asfalto. “Deve-se recapear o plano como um todo e observar a compactação do solo e das camadas para o assentamento do asfalto, o que garante a sua resistência a cargas de rolagem e cargas pontuais empenhadas sobre o mesmo”, explica.
Em Santo André, um dos endereços é a rua Maomé, onde por toda extensão da via tem crateras profundas no asfalto. Os moradores tentam consertar, ao tapar com terra, na esperança de amenizar o problema.
O marceneiro Silvio Rogério, 49, explica que as tribulações causadas pelo asfalto mal recapeado persistem há mais de três meses. “O buraco que fica próximo à curva é o que mais atrapalha, é perigoso por conta do duplo sentido da via. Carros que sobem a rua tentam desviar e ficam à beira de colidir com os que descem”, conta.
Questionada, a Prefeitura de Santo André informa que realizou vistoria quarta-feira (25) na região e programou Operação Tapa Buraco até o início da próxima semana.
Cansados de esperar vizinhos fazem reparos em Mauá
Em Mauá, quem caminha ou dirige pela avenida Capitão João, na vila Morelli, encontra vários pontos onde há asfalto danificado que chegam a colocar a direção de motociclistas em risco. O frentista Roberto Peruzzetto, 62, fala sobre os problemas causados pela cratera localizada próximo à entrada do posto onde trabalha. “Conforme carros e caminhões passam, o buraco aumenta e quando chove acumula água, que é jorrada nos pedestres que esperam para atravessar a rua”, diz.
Ainda na mesma via, na altura do nº 3900, a tribulação continua. A motociclista Marineusa Vilela, 27, diz que a ultrapassagem no trecho se torna perigosa e limitada com a presença de um buraco profundo. “Passar de moto por ali pode até machucar a coluna de quem está dirigindo ou na garupa. Não dá para ultrapassar, pois o buraco é muito grande, já cheguei perto de cair ao passar por ele várias vezes”, conta.
Com a demora da Prefeitura para fazer o reparo necessário, funcionários de um posto de gasolina se uniram para consertar a cratera e assim diminuir o incômodo causado. “Nós, funcionários do posto, tivemos de dar um jeito por conta própria. O buraco incomoda todos que passam por ali”, reclama o gerente do estabelecimento, Kauê Vieira. Questionada, a Prefeitura não se posicionou até o fechamento desta matéria.
Diadema
Moradores de Diadema também são atingidos pelo problema. No bairro Serraria, a rua Margarida Maria Alves possui, há 20 dias, uma galeria de águas pluviais sem tampa na altura do nº 33, que resultou em um buraco profundo. O comerciante Miguel Santos, 42, passa pelo local diariamente e fala sobre situações que já presenciou. “Pessoas de idade já caíram no buraco, carros também caem constantemente e acabam por prejudicar as rodas. Já foi solicitado pelos moradores reparo da Prefeitura. Eles vieram fazer vistoria, mas disseram que o problema tinha de ser resolvido pela Sabesp, que não compareceu ao local”, diz. Contatada pelo RD, a Sabesp informou que a responsabilidade pela manutenção do local não é da companhia. Questionada, a Prefeitura não se posicionou até o fechamento desta matéria.