Um assunto que tem deixado cicatrizes na sociedade, marcado divisões políticas e de opinião, é a diversidade de gênero. Nunca esteve tão em pauta. A intolerância antes aceita como brincadeira de mau gosto, piada, ou mesmo como superioridade hierárquica, agora não é mais tolerada em qualquer que seja o ambiente de convívio. Seja no ambiente de trabalho, nas ruas, no comércio e nem na família. O preconceito jamais deveria ter sido aceito em lugar algum. A sociedade tem se digladiado, dividida, mas o fato é que deve, ainda que aos poucos, aceitar quem tem opinião, visual, opção sexual ou atitude diferente.
Afinal uma nação construída sobre a base racial mais diversa, jamais discutiria o tema, que deveria ser aceito naturalmente. Qualquer forma de preconceito ou impedimento de acesso a informação deve ser combatido, deste a censura a livro, como ocorreu no Rio de Janeiro, ou ainda iniciativa de parlamentar da região que quer impedir o ensino de ideologia de gênero nas escolas. Mas como é que vai se ensinar o respeito a todas as formas de expressão se é negada ao jovem a oportunidade de conhecer?
O movimento de ultradireita conservadora que ganhou espaço na última eleição tem promovido manifestação contrária à livre expressão. Essa situação é mais grave do que apenas uma disputa de ideologia política, é uma ameaça a direitos conquistados, à liberdade e a um preceito básico da vida em sociedade que é o respeito.
A Parada do Orgulho LGBTI+ que acontece domingo não será uma afronta como alguns vão querer colocar nas mentes pouco informadas, será uma forma de expressão de pessoas que merecem respeito, independente de sua opção. Se hoje permitirmos o desrespeito a qualquer um destes cidadãos brasileiros, vamos abrir brechas para o preconceito racial, preconceito por condição econômica, por religião ou por partido político. Lembremos que guerras já foram e são travadas no mundo por intolerância, portanto, que o domingo seja um dia para quebrar essas barreiras.