De marginalizado para esporte olímpico. O skate recebeu os olhares do poder público em Santo André com a oficialização do projeto para construção de uma moderna pista na praça Doutor Sérgio Cyrino da Silva, no bairro Val Paraíso. Em cerimônia realizada nesta quinta-feira (19), o prefeito Paulo Serra (PSDB) anunciou que o local receberá investimentos de R$ 5 milhões e a meta de entrega é 2020.
A expectativa dos skatistas é que o projeto dê certo, pois será feito pela empresa Insane Ramps, representante no País da California Skaterparks, responsável por diversas pistas do mundo, como as que serão utilizadas nos Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio, Japão. Além disso, os futuros usuários também serão ouvidos pelos projetistas.
O local terá 5.161 m², sendo 3.500 m² de pistas de skate – 2 mil m² voltados para pista park e outros 1,5 mil m² para a modalidade street, as mesmas que foram colocadas no programa olímpico. A praça também terá salas de musculação e treinamento funcional, departamento médico, salas administrativas, vestiários, banheiros e cozinha.
Além dos skatistas amadores, o local poderá receber competições municipais, estaduais e nacionais, e treinamento para os atletas de alto rendimento. “Para mim é um sonho. Nós tivemos algumas pistas que foram destruídas, outras que ainda existem, mas não têm nada a ver com esse atual projeto que estamos conversando agora, então para mim é como se estivesse realizando um sonho e quem sabe voltar a morar em Santo André”, disse o multicampeão Sandro Dias, o Mineirinho.
Andreense, Dias relembrou que quando jovem andava na pista que existia na rua Amazonas, no bairro Cidade São Jorge. O local acabou destruído para o projeto de duplicação da via. Mesmo com outros locais não preparados para a modalidade, Santo André virou berço de vários skatistas que seguiram carreira profissional.
“Não sei se é a água daqui que faz skatistas, mas o ABC sempre foi uma referência no skate. Existia uma pista muito boa em São Bernardo, sempre andava lá quando jovem, tinham outras em Santo André. Mas existia muito trabalho e muita vontade para emplacar no esporte, esse é um segredo para que isso acontecesse”, explicou Dias.
Paulo Serra aproveitou o encontro para avisar que outras pistas já existentes na cidade passaram por pequenas reformas nos próximos meses. “Vamos avaliar caso a caso. Temos por exemplo pistas novas que vão precisar apenas de alguns detalhes por causa dos ângulos dos obstáculos construídos. Mas isso será tratado com cada skatista”, disse.
O skate foi colocado no programa olímpico para atrair os jovens para assistir não apenas a essa modalidade, mas também a outras. Tal situação foi a mesma justificativa do Comitê Olímpico Internacional (COI) para emplacar o surf e o basquete 3×3, que também terão disputas no Japão.
No Brasil, Sandro Dias é também o diretor da Confederação Brasileira de Skate (CBSK), que foi presidida por Bob Burnquist, o maior medalhista do X Games, considerada a Olímpiada dos Esportes Radicais, até junho deste ano e que foi substituído por Eduardo Musa.