O ICEI (Índice de Confiança da Indústria) do ABC caiu para 56,4 pontos em agosto de 2019, contra 61,5 apurados em fevereiro deste ano, segundo o Boletim IndústriABC, da Universidade Metodista. A queda reflete, sobretudo, as baixas percepções sobre as Condições da Economia (60,7 pontos em fevereiro para 42,2 no mês passado) e as Condições das Empresas (50 e 45,3, respectivamente), conforme recorte regional extraído da SI (Sondagem Industrial) e do ICEI (Índice de Confiança da Indústria), que foram elaborados para o Brasil e para São Paulo pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) e FIESP (Federação das Indústrias do Estado).
A baixa no humor industrial continua atribuída, especialmente, à incapacidade de o atual governo emplacar uma política econômica que fomente o crescimento do País. “Esse sentimento é influenciado pelo cenário político e pela dificuldade em se estabelecer uma trajetória de melhora nas contas públicas”, aponta o professor Sandro Maskio, coordenador de estudos do Observatório Econômico da Metodista.
No levantamento, a pontuação de 50 a 100 revela expectativa otimista do empresariado. Abaixo de 50 representa avaliação negativa, com estoques abaixo do planejado e capacidade instalada menor que a usual.
Até mesmo o quesito exportação está ameaçado devido à crise da Argentina, principal parceiro do Brasil e das indústrias do ABC. A quantidade exportada havia subido de uma avaliação de 41,7 pontos no final de 2018 para positivos 57,1 em julho último. A expectativa com a evolução da demanda caiu no respectivo período (58,9 para 57,8) e a evolução no número de empregados se manteve estável (48,2 e 48,4 pontos). Já o sentimento em relação à compra de matéria-prima subiu (55,4 para 56,3) no ABC, assim como a intenção de investimento, que saiu de 48,1 pontos em dezembro de 2018 para 50 agora.
No Brasil, o Índice de Confiança da Indústria também baixou: de 64,5 no final de 2018 foi para 59,4 em agosto deste ano. “Apesar da manutenção de baixa inflação, da redução dos juros e uma taxa de câmbio mais competitiva, ao que tudo indica a espera pela aprovação das reformas parece ser uns dos principais fatores a influenciar negativamente a retomada da atividade produtiva”, avalia Maskio.