Voltada a estudantes de Engenharia, a competição nacional Fórmula SAE Brasil chega à 16ª edição e desta vez terá quatro equipes do ABC. Prevista para 28 de novembro a 1º de dezembro, no ECPA (Esporte Clube Piracicabano de Automobilismo), em Piracicaba, a competição vai reunir cerca de 1,4 mil universitários, 120 deles da região, e todos estão empenhados em representar o Brasil na etapa internacional, em 2020, em Lincoln e Michigan, nos Estados Unidos.
Tracionados por motores a combustão e elétricos, os carros são do tipo Fórmula 1, projetados e construídos pelos alunos, com apoio de patrocinadores. Na competição, são submetidos a provas estáticas, que carregam etapas de design, apresentação e custos, e também dinâmicas, com etapas de aceleração, circuito, autocross e enduro.
Em 2018, a equipe Mauá Racing, do Instituto Mauá de Tecnologia, em São Caetano, ficou em segundo lugar e garantiu vaga na SAE Lincoln, realizada em junho. Ficou em 49° e considera que foi bom, porque adquiriu bagagem. Agora quer fazer melhor com o novo carro porque tem novo sistema de transmissão e um motor ainda mais forte, que conseguiu em parceria com a Triumph. Também são destaques o sistema de freios e o sistema de aquisição de dados. “Temos mais de 20 sensores para controlar todo o carro. Isso tudo vai ajudar nas provas, pois teremos mais controle da situação, principalmente nas provas dinâmicas, que exigem mais do motor”, diz o estudante de Engenharia Mecânica, Yuri Martinez, 23, capitão da equipe, que vai disputar com carro avaliado em R$ 250 mil.
A UFABC (Universidade Federal do ABC) é estreante com carro físico. No ano passado a equipe Scuderia competiu, mas levou apenas o projeto. Estudante de Ciência e Tecnologia e Neurociência, Ana Paula Ribeiro, 21, capitã, diz que a equipe, com 52 componentes, está animada, porque ganhou mais experiência e tem se esforçado muito. “Conseguimos mais de 37 patrocínios para o carro, avaliado em mais de R$ 120 mil, é muita responsabilidade”, calcula. Com motor turbinado, patrocinado pela Honda, a ideia é extrair o máximo de potência. “Além disso, o projeto é de fácil manutenção para eventuais falhas mecânicas, comuns em competições que exigem o máximo do veículo”, comenta a capitã da equipe, que faz apresentação do projeto, ao vivo pela página da equipe no Facebook (scuderia.ufabc/), na segunda-feira (9), às 19h.
O Centro Universitário da FEI, em São Bernardo, é veterano e compete com dois carros, a combustão e elétrico. A equipe Fórmula FEI Combustão está no páreo desde a primeira competição e carrega sete títulos nacionais. Também já figurou entre as 10 melhores nos EUA. Com 25 membros, leva para Piracicaba um carro em que os sistemas de freio, suspensão, direção, motor, transmissão e aerodinâmica se adaptam ao design do chassi. Outro ponto forte está na dinâmica de curva e frenagem, que possibilita a realização de curvas fechadas, frenagens fortes e bom rendimento nas provas dinâmicas, como skidpad. O carro pode atingir até 110km/h.
O estudante do 8° ciclo de Engenharia Mecânica, Stefan Buck, lidera a equipe e diz que as expectativas são de pódio. “Estamos otimistas com o nosso carro e esperamos conseguir bom resultado novamente”, conta. A equipe trabalha no carro a combustão há sete meses e prevê investimento de cerca de R$ 650 mil no projeto, graças à ajuda de 26 patrocinadores, como Etas, Vetec e Inbra. (Colaboraram Fernando Scerveninas e Ingrid Santos)