Diariamente chegam à Central de Achados e Perdidos da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) inúmeros objetos. Todos os itens passam por uma triagem para separação de objetos, valores e documentos que possam indicar alguma forma de contato com o proprietário, seja por telefone, carta ou e-mail. Depois são cadastrados e guardados.
Os documentos pessoais figuram entre os itens que os passageiros mais perdem. Nos primeiros sete meses deste ano, dos 52.425 objetos recebidos na Central, 36.956 eram documentos de passageiros. A linha 9 – Esmeralda foi a campeã, com 9.983 documentos esquecidos. A vice-liderança é ocupada pela linha 8 – Diamante, com 7.461 documentos. Na sequência vem as linhas 12 – Safira com 6.163 documentos, 11 – Coral com 5.169, 10 – Turquesa com 3.836, 7 – Rubi com 3.669 e a jovem 13 – Jade com 675 documentos.
“Estão entre os itens mais são perdidos os documentos que as pessoas costumam portar diariamente, como RG, CNH e CPF. São pequenos e fáceis de serem esquecidos, o que justifica os números”, diz o gerente de Relacionamento da CPTM, Sérgio de Carvalho.
A estação Santo André é uma das estações onde os passageiros mais perderam documentos nos primeiros sete meses deste ano, juntamente com Palmeiras-Barra Funda, Brás, Luz, Guaianases, Osasco e Tatuapé.
Já os objetos esquecidos seguem o mesmo ranking dos documentos registrados nas linhas. Entre os objetos há guarda-chuva, celulares e até itens mais inusitados. “Instrumentos musicais estão entre os objetos mais incomuns que as pessoas esquecem em trens e estações, mas que por inúmeras vezes já foram registrados pelos funcionários. Moletas, violino e berimbau são alguns exemplos curiosos”, conta Carvalho.
A diferença está no número, que é bem menor – 15.469 itens – , entretanto o trabalho é mais difícil. A tarefa investigativa envolve cruzamento de informações, por meio de sites e bancos de dados diversos, e visa a identificação de um possível contato do proprietário. A equipe que trabalha na Central realiza uma pesquisa minuciosa a partir de indícios nem sempre evidentes.
O cruzamento de dados com sites de pesquisa, redes sociais, cadastros de usuários da CPTM e outros sistemas de transporte são algumas das etapas do processo de busca da identificação. Consultas ao Diário Oficial, contato com organizações, instituições e pessoas que podem servir de intermediários fazem parte desse processo de rastreamento.
Após 60 dias, os objetos que não foram retirados pelos donos são encaminhados para o FUSSESP (Fundo Social de Solidariedade de São Paulo). Os documentos pessoais, como RG, são devolvidos aos órgãos expedidores. Já os cartões bancários são destruídos.
O gerente de Relacionamento da CPTM ainda aponta que o índice de pessoas que vão até a CPTM para recuperar os documentos perdidos é baixo comparado à quantidade encontrada. “A procura espontânea não é alta. Apenas 40% dos registros de achados e perdidos são correspondidos por procura dos responsáveis. Acredito que, em razão da facilidade de emitir novos documentos, as pessoas muitas vezes acham que não compensa ir atrás de documentos perdidos”, aponta.
A Central de Achados e Perdidos da CPTM fica na estação Palmeiras-Barra Funda e funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, exceto feriados. O passageiro também pode ligar e registrar a perda pelo telefone 0800-055-0121. Se os documentos ou objetos forem encontrados, a CPTM contatará o passageiro.
Ranking de Itens recebidos/ Estações de 1/1/2019 a 31/7/2019 | ||||
Classificação | Nome da Estação | Objetos | Documentos | TOTAL |
1º. Lugar | Palmeiras-Barra Funda | 1.123 | 2.822 | 3.945 |
2º. Lugar | Brás | 1.290 | 2.480 | 3.770 |
3º. Lugar | Luz | 1.376 | 2.182 | 3.558 |
4º. Lugar | Guaianases | 1.275 | 1.540 | 2.815 |
5º. Lugar | Osasco | 272 | 1.188 | 1.460 |
6º. Lugar | Tatuapé | 431 | 784 | 1.215 |
7º. Lugar | Santo André | 184 | 902 | 1.086 |
Total | 5.951 | 11.898 | 17.849 |