Apesar de ser uma doença considerada antiga, a tuberculose ainda faz muitas vítimas na região. No Estado de São Paulo, dados de 2017 do Ministério da Saúde são de 18.327 mil vítimas. No ABC, os números também preocupam. Somente de janeiro a 25 de junho deste ano, foram registrados 389 casos entre Mauá, Ribeirão Pires, São Bernardo, Diadema, São Caetano e Santo André. Se comparado com o mesmo período de 2018, o grupo apresentou queda de 5%. Mas, isoladamente, São Bernardo teve aumento no número de casos ao saltar de 111 para 123 vítimas este ano, assim como Diadema, com 97 casos este ano e 93 em 2018.
Quando comparados por faixa etária e sexo, os homens com idades entre 20 a 29 anos são as principais vítimas da tuberculose. É o caso de Mauá, que no ano passado registrou 112 casos na população masculina e 42 na feminina. Em São Bernardo, os números de 2018 apresentam também disparidade de sexo. Entre os homens foram 172 casos contra 87 mulheres vítimas da doença, principalmente entre na faixa etária de 20 a 29 anos, seguida de munícipes 30 a 49 anos.
Em Diadema, o número de pacientes chegou a 202 no ano passado, sendo 146 casos na faixa de 20 a 49 anos. Do total, 105 eram homens. Os casos em São Caetano também foram mais frequentes em homens do que em mulheres, com 22 dos 33 registros, já em 2019, dos 11 registros até o momento o número maior ficou com as mulheres, com 9 casos.
A tuberculose é uma doença infecciosa, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, o bacilo de Koch. É transmitida pelo ar quando o infectado tosse e passa a doença, que altera o sistema pulmonar do paciente, segundo o pneumologista Diego Henrique Ramos, do Hospital São Luiz, em São Caetano. Sobre os grupos mais vulneráveis à doença e o motivo de ter mais registros em homens, o médico afirma que não há um motivo específico para isso. “Na verdade o que tem mais são casos em locais de muita aglomeração, onde vivem muitas pessoas e também para quem tem alguma doença crônica, como o HIV”, diz.
Os sintomas da doença variam muito, como tosse com secreção, febre, perda de peso e sudorese noturna, os principais, que podem ser confundidos com sinusite, pneumonia e asma, mas que devem ser observados. “É importante destacar que qualquer pessoa com tosse por mais de três semanas deve comparecer ao hospital, para realizar exames, a tuberculose é uma doença que, apesar do avanço na saúde, ainda mata no Brasil e é grave”, completa. Foram 4.614 óbitos no Brasil, segundo o Ministério da Saúde.
De olho nos números, São Bernardo programa para julho novo treinamento das equipes de Saúde da Família para atualização de informações sobre a tuberculose. Outra ação é do Programa de Tuberculose, nas policlínicas, que dá orientação, suporte técnico e mantém a vigilância sobre os casos e contatos.
Em Diadema, a Prefeitura oferece o sistema de TDO – Tratamento Diretamente Observado, que visa incentivar a população a ter diagnóstico precoce da doença. A cidade também recebeu pela 13ª vez consecutiva, o Prêmio de Qualidade nas Ações de Controle da Tuberculose (TB), oferecido para municípios com mais de 85% de cura em pacientes atendidos na rede municipal. As demais cidades também oferecem apoio ao diagnóstico da doença, que tem tratamento de no mínimo seis meses, com antibióticos. Rio Grande da Serra não forneceu informações.