As dúvidas jurídicas em torno das contas do ex-prefeito de São Bernardo Luiz Marinho (PT) em relação aos anos de 2015 e 2016 ainda barram o julgamento na Câmara. Durante a sessão desta quarta-feira (5), os vereadores aproveitaram mais uma vez a pauta travada para adiantar o trabalho das comissões permanentes da Casa. Ainda não há uma certeza se haverá votação na próxima semana.
A princípio a iniciativa era que as contas fossem votadas, inclusive Marinho aguardava o início da sessão no gabinete do vereador Antônio Carlos da Silva (PT), mas logo após o início dos trabalhos houve uma sequência de suspensões que evidenciaram a tensão para um possível julgamento. Enquanto isso, os vereadores receberam uma comissão de moradores do bairro Silvina que pediam por moradia.
Cerca de duas depois do início da sessão foi garantida que por mais uma semana não haveria votação. “Eu acredito que a grande maioria dos vereadores ainda não tem uma compreensão do controle para dar uma opinião sobre um tema tão importante”, disse o líder de governo, Pery Cartola (PSDB).
O tucano também afirmou que nem mesmo a bancada de sua legenda está com a opinião formada, algo que também ocorre com outros partidos como o Solidariedade. “Queremos votar as contas com as questões técnicas e não por questões políticas, mas ainda existem dúvidas, pois, temos três relatórios, um favorável do Tribunal de Contas e dois contra as contas, um do Ministério Público e outro da Comissão Mista, temos que saber qual caminho vamos seguir”, explicou Ivan Silva (SD).
Ramon Ramos (PDT), presidente da Câmara de São Bernardo, afirmou que ainda há três ou quatro vereadores em dúvida sobre o projeto. “Se tiver 15 assinaturas em um pedido de urgência nós vamos colocar em votação durante a sessão, enquanto isso nós vamos aguardar que cada vereador, que cada bancada, possa tirar suas dúvidas”.
Preocupação
Dentro do Legislativo a principal preocupação é sobre a imagem que se passa para a população, pois, há três semanas que não há votações na Casa por causa das contas que viraram pauta obrigatória, assim travando todas as demais votações. “Temos que lembrar que a Comissão de Educação recebeu o grupo de auxiliares e as mães de alunos especiais. Hoje recebeu o pessoal da Habitação, então temos trabalhado bem”, explicou Jorge Araújo (PHS).
“As pessoas infelizmente acham que nós trabalhamos apenas na quarta, mas aqui é o menor dos trabalhos, pois, todos os dias estamos nas ruas pegando as demandas da população, fiscalizando, então não dá para falar que não estamos trabalhando, nosso trabalho maior é feito normalmente. Temos mais projetos para votar, mas todos aqui estão trabalhando muito”, completou Tião Mateus (PT).
Além das contas de Marinho, ainda há na pauta da Câmara a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) 2020 e cerca de 40 propostas feitas pelos próprios vereadores. Não se ventila ainda a possibilidade de sessões extraordinárias para limpar a pauta antes do recesso de julho.