
Dois eventos marcam o início da Semana Nacional da Adoção de Crianças e Adolescentes, no sábado (18/05) a juíza Dora Martins, integrante da Coordenadoria da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça de São Paulo, promove palestra no Sesc de Santo André e os GAAs (Grupos de Apoio a Adoção) de todo estado se reúnem na avenida Paulista, no domingo (19/05) na Capital para uma grande caminhada para chamar a atenção para o tema. O Dia Nacional da Adoção é comemorado no dia 25 deste mês.
O GAA Laços de Ternura, um dos projetos da Feasa (Federação das Entidades Assistenciais de Santo André) é que promove a palestra com a juíza, que terá o tema “Os Três As da Adoção: Aceitação, Acolhimento e Afeto”. O evento tem objetivo sensibilizar a sociedade sobre o direito fundamental da convivência familiar de crianças e adolescentes, contribuir para eliminação de preconceitos e discriminações em relação a adoção e divulgar o trabalho do Grupo de Apoio à Adoção enquanto respaldo social, psicológico e jurídico para pais e pretendentes adotivos. A participação no evento é gratuita.
O grupo de Santo André também participará do encontro dos grupos na avenida Paulista, que acontece à partir das 10hs. Os grupos organizam caravanas de todas as partes do estado e fazem caminhada ostentando camisetas, faixas, cartazes e bexigas. Uma banda anima o evento.
“A ideia dos eventos é falar sobre o tema de forma ampla. Tanto a palestra como a caminhada ampliam a discussão que hoje ainda gera muitas dúvidas por falta de informação mesmo, de que a adoção é uma possibilidade de se construir uma família”, explica Maria Inês Villalva, coordenadora técnica da Feasa e uma das integrantes voluntárias do GAA Laços de Ternura. Em todo país somos 160 grupos de apoio à adoção e só em São Paulo são 50.
A grande expectativa dos grupos que incentivam a adoção é o sucesso de um programa que visa integrar o Cadastro Nacional de Adoção, e o Cadastro Nacional de Pretendentes. “Hoje esses cadastros não conversam entre si e essa experiência de fusão vai alertar juízes das varas de infância e juventude de todo país para casos de crianças que estão chegando ao fim do prazo de internação em abrigos. Isso não é mágico, mudanças levam tempo para acontecer e muitas varas não estão aparelhadas para isso”, detalha Maria Inês.
A coordenadora da Feasa deu exemplo de Santo André, onde o número de profissionais no Fórum não é suficiente para a demanda. “Os técnicos não são exclusivos da Vara da Infância, fazem trabalhos para todas as varas. O que se consegue de resultados é fruto de muito esforço, do empenho pessoal dos profissionais. Em alguns lugares do Brasil as dificuldades são maiores. Esse programa novo está em fase experimental no Espirito Santo e Rio de Janeiro, nós gostaríamos de já estar comemorando o funcionamento, mas há boa expectativa”, relata.
Dados do Conselho Nacional de Justiça, de agosto do ano passado, mostram que no Brasil cerca de 9 mil crianças e adolescentes esperam por adoção. São 44,2 mil pais cadastrados a espera de completarem suas famílias. Nem todas as crianças abrigadas estão disponíveis à adoção, a menor parte estão aptas, outra aguardam decisões judiciais.
Serviço:
O Sesc Santo André fica na rua Tamarutaca, 302 Vila Guiomar.