
Após procedimento de apuração de regularidade contratual, o professor doutor Francisco José Santos Milreu, deixou a reitoria da Fundação Santo André que ocupava desde abril de 2018. A saída do docente se deu após apuração de diversos contratos de trabalho e não ficou comprovado seu ingresso na instituição através de concurso público. Milreu estava na reitoria desde abril do ano passado. A FSA já ocupou o cargo com o então vice-reitor Rodrigo Cutri.
Procurado pelo RD, Milreu não foi localizado. Em nota a FSA destacou o trabalho de Milreu diante da instituição apontando avanços em período difícil para a instituição. A fundação descreveu a gestão como “notável”, e apontou números que comprovam êxitos da gestão. “Os números da notável gestão capitaneada pelo professor Milreu confirmam os resultados: mais de 850 novos alunos matriculados (aumento superior a 400% em relação ao exercício anterior), retomada dos cursos de Pós-Graduação, aumento do número de alunos no Colégio da Fundação Santo André, obtenção de equilíbrio orçamentário e financeiro, tornando o pagamento integral de salários uma rotina percebida todos os meses, início do processo de pagamento de salários atrasados a docentes, cumprimento com exatidão das obrigações tributárias e contratuais”.
A saída de Milreu se deu após conclusão de sindicância, que avaliou também outros funcionários após a denúncia de atuação de profissionais sem concurso. Foram instaladas 75 sindicâncias, a maior parte relacionada a professores. A contratação de Milreu foi uma das submetidas à sindicância. A FSA garantiu que deu direito a “ampla defesa e contraditório” e que no caso do reitor “foi apontada insuficiência documental que pudesse comprovar o seu ingresso institucional mediante a realização de concurso público”.
O professor e engenheiro Rodrigo Cutri assumiu a reitoria nesta segunda-feira, no momento da demissão de Milreu. Ele também destacou a eficiência da gestão durante o comando de Milreu. “Tivemos um excelente trabalho que promoveu o saneamento e o equilíbrio financeiro da instituição e como estamos mantendo a equipe, o sentimento é de continuidade do trabalho que vinha sendo feito”.

Cutri disse ainda que continuam os esforços para receber cerca de R$ 80 milhões de alunos que estão inadimplentes – valores do início deste ano. E que também quer conversar com a prefeitura que tem alguns débitos que somam cerca de R$ 6 milhões com a instituição. “Vamos marcar uma reunião com o prefeito em breve”, disse.
Outra frente de trabalho da gestão é aumentar o número de alunos da instituição e oferecer sua estrutura de pesquisa para empresas, celebrando parcerias. “Acabamos de abrir o vestibular para o segundo semestre. Queremos ampliar o número de alunos, os laboratórios e os cursos e também queremos atrair as empresas para parcerias”, destaca.
O novo reitor minimizou a transição de administração; além de falar da continuidade do trabalho, disse que há muita tranquilidade na FSA. “Estou aqui há 13 anos e todos já me conhecem, agora é estruturar as ações e seguir o trabalho de forma muito tranquila. Tivemos hoje uma reunião do Conselho Universitário e foi tudo bem. A vida continua e a FSA, uma instituição com mais de 60 anos, também vai continuar, diante da importância que tem para a região”, finalizou.