
Clima tenso e uma sessão que durou “apenas” uma hora. Foi assim a sessão desta terça-feira (16), na Câmara de Mauá, a última antes da sessão extraordinária da próxima quinta-feira (18), que definirá o destino político do prefeito Atila Jacomussi (PSB). O presidente da Casa, Vanderley Cavalcante, o Neycar (SD), afirma que na votação será analisada a questão política da situação.
“O que nós discutimos nessa Casa é política. Nós não julgamos o mérito, nós julgamos a causa, pois, nós não temos habilidade para isso. Quem tem que julgar é o Judiciário”, justificou o presidente ao ser questionado sobre como seria o processo de definição do seu voto. Neycar negou que haverá alguma reunião entre os legisladores para acertar algum encaminhamento de voto.
A maior parte dos vereadores evitam falar sobre o assunto. Fontes próximas aos parlamentares consideram que seis dos atuais 23 já definiram seu voto pró-Atila. Para escapar da cassação o chefe do Executivo mauaense precisa de oito votos contrários aos dois relatórios finais que pedem sua retirada do cargo por quebra de decoro e por vacância. Até o momento só há dois votos garantidos na Câmara. Admir Jacomussi (PRP) votará contra a cassação, enquanto Marcelo Oliveira (PT) será favorável.
Internamente todos também aguardam o posicionamento do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) que avaliará os dois mandados de segurança pedidos pelos advogados de Atila. Ambos pedem o cancelamento das comissões e o fim dos processos com base na decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes que julgou como irregulares as prisões do prefeito de Mauá e do ex-secretário de Governo e Transportes João Gaspar (PCdoB), em dezembro do ano passado, durante a deflagração da operação Trato Feito.
Foi exatamente a Trato Feito que deu base para os dois pedidos de impeachment. O primeiro foi impetrado por representantes do PT e de outras entidades que pedem a saída de Atila por quebra de decoro devido ao relatório emitido pela Polícia Federal (PF) que suspeita de um esquema de corrupção envolvendo Atila, Gaspar, 21 dos atuais 23 vereadores, um suplente e empresários.
O segundo pedido de autoria de Davidson Rodrigues, representante do PSL, é por vacância do cargo, pois, Atila ficou acima de 15 dias longe da Prefeitura sem pedir uma autorização para o Legislativo conforme manda a Lei Orgânica do Município (LOM).