O deputado estadual Coronel Paulo Nishikawa (PSL) fez balanço dos primeiros 30 dias no mandato e reclamou da inoperância do Legislativo estadual onde seus colegas estariam mais preocupados com questões ideológicas, do que com o trabalho de legislador. “Eu não esperava tantas discussões ideológicas; até agora votamos apenas um projeto praticamente, então, na minha opinião, não cumprimos o papel de legisladores por enquanto”, disse o deputado em entrevista concedida ao jornalista Leandro Amaral, do RDTv, em seu gabinete na Assembleia Legislativa.
“Precisa parar essa discussão ideológica. Estamos aguardando para trabalhar, me sinto até inútil. Aqui no gabinete fizemos projetos de lei e cobranças ao governador; estamos fazendo a nossa parte sem nos deixarmos envolver por essa questão ideológica”, declara o deputado, que acrescentou que seu gabinete está trabalhando para cobrar do governo uma posição sobre as questões importantes que afetam o ABC como as enchentes e a linha 18 do Metrô. “O principal ponto é o projeto do Piscinão Jaboticabal, mas também cobramos do governador o desassoreamento do Tamanduateí, que causa enchentes em Santo André e Mauá”, destaca.
Sobre a linha 18, Nishikawa é contra proposta do governador João Doria (PSDB) de mudar o projeto de linha sobre trilhos para um corredor de ônibus no sistema BRT (Transporte Rápido por Ônibus -pela sigla em inglês). “Eu não acho que o BRT vai resolver o problema de transporte no ABC, precisamos de um sistema com mais capacidade”, opina.
Coronel Nishikawa diz que é muito cedo para aferir o desempenho do trabalho na Assembleia Legislativa; disse que tem sido muito procurado por prefeitos e vereadores, mas que não tem muito o que fazer porque neste primeiro ano de mandato o deputado não tem emendas parlamentares para socorrer as cidades. “Nos resta apenas receber as demandas e fazer indicações ao governo”, justifica. Na parte de produção legislativa o deputado disse que já tem dois projetos prontos aguardando para passar pelo crivo das comissões da Casa. Um deles propõe que policiais aposentados ou com alguma deficiência usem sua experiência em serviços administrativos ou em atendimento de chamados por telefone. “A intenção é ocupar os postos administrativos e de comunicação com esse pessoal que pode contribuir com sua experiência e liberar outros policiais para rua”, justificou Nishikawa sobre o projeto. A outra propositura trata da permissão para os policiais acessarem o sistema de transporte apenas apresentando a carteira funcional.