Publicado no dia 28 de dezembro decreto do Imasf (Instituto de Municipal de Assistência à Saúde do Funcionalismo) que estabelece o reajuste no plano de saúde dos servidores trouxe preocupação aos funcionários da prefeitura e das autarquias. A administração sustenta que as mudanças tem mesmo o objetivo de salvar o instituto, que passa por crise financeira. Em 2016 uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) apurou um rombo de R$ 100 milhões na instituição.
Os reajustes foram de 20%, para usuários do Plano Especial e de 35%, para os Assistidos, além disso foi estabelecida a coparticipação, em que os servidores tem que pagar percentuais de cada procedimento médico, de consultas a exames, que partem de 30%. “Fiz uns exames e fui no Imasf para pegar uma autorização e tinha um monte de gente lá reclamando. Agora, além do aumento, vamos ter que pagar por consulta, por exame, quero ver como vai ficar o meu holerite no dia 30”, disse uma servidora que preferiu não ter seu nome revelado.
A funcionária pública disse ainda que não há possibilidade de migrar para o plano de Saúde Greenline, que atende parte dos servidores. “A prefeitura nos diz que no ano passado acabou o prazo para quem quisesse migrar. Vou ter que entrar na Justiça, porque meu colega de trabalho usa um plano e eu tenho que ficar no que a prefeitura indica”, reclama.
Em nota a prefeitura informa que “o plano aprovado pela Câmara Municipal foi elaborado para resgatar a instituição, que, em gestões anteriores, por ingerência sofreu com graves problemas financeiros, descredenciando os servidores de equipamentos de saúde notórios, além de acumular dívida expressiva. Assim, o Plano Especial terá agora a inclusão de hospitais da Rede D’Or – Hospital São Luiz, Hospital Brasil e Hospital Assunção”.
A administração municipal esclareceu ainda a diferença nos percentuais de reajuste. “A situação dos assistidos se deu porque essa parcela não guarda relação de dependência com o segurado e, consequentemente, não pode ter sua assistência suportada pela contribuição patronal. Devido ao elevado déficit apresentado, foi necessário um reajuste maior para fazer frente aos custos assistenciais”, diz comunicado.
Sobre a coparticipação a prefeitura diz que o sistema foi adotado “para que não houvesse um reajuste maior e para corrigir o desequilíbrio financeiro. O objetivo é de reduzir os custos por meio da utilização responsável do convênio por parte dos beneficiários. Lembrando que a maioria dos planos atualmente comercializados adota a coparticipação”, informa.
O vereador Julinho Fuzari (PPS) que foi relator da CPI do Imasf, disse que votou contra as medidas da administração e que elas não vão recuperar o instituto. “Esse modelo arcaico não funciona e é porta para corrupção. O Imasf deveria funcionar como órgão regulador e não prestar serviço de saúde porque não tem know how para isso. Qualquer empresa de saúde compraria a carteira do Imasf e dessa forma daria muito certo. Esse aumento e a copartipação vão sangrar o servidor, que já acumula perdas salariais”, analisou.