O aumento das passagens de ônibus em Santo André e em São Bernardo, de R$ 4,40 para R$ 4,75 pegou os passageiros de surpresa. Em São Bernardo a nova tarifa passa a valer já no primeiro dia do ano novo, já em Santo André o novo preço do transporte público passa a valer a partir de domingo (06/12). Os usuários ouvidos pelo RD, disseram que o valor das tarifas vai pesar no bolso no final do mês. Os R$ 0,35 de aumento representam 7,95% de alta na tarifa, mais que o dobro da inflação estimada para o ano que ficou em 3,69%, segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
A dona de casa Delzira Aparecida Marques, de 54 anos, conta que pega ônibus de três a quatro vezes por semana em direção ao Centro de Santo André, ir a consultas médicas e bancos. Ela usa a linha T-15. “[com o aumento] vai ser mais difícil. Hoje já está caro, pagar mais ainda vai pesar no bolso. Daqui a pouco vamos ter que andar a pé”, disse enquanto esperava o coletivo na tarde deste domingo (30/12) no Jardim do Estádio.
Os passageiros também reclamam que pagam caro por um serviço que não é bom. A operadora de caixa, Geovana Lázaro, de 22 anos, relatou os problemas que enfrenta com o transporte coletivo que usa todos os dias para ir ao trabalho. “O ônibus atrasa, vem lotado e demora. Pagar quase R$ 5 nisso é um absurdo”, disse a usuária. “Se tivesse outra opção de transporte ou carro próprio não andaria de ônibus”, completa a operadora que também saia do Jardim do Estádio para o Centro da cidade.
“Muito dinheiro para pouco retorno”, reclama o motorista de van, Jean Rodrigo de Moraes, de 33 anos, que usa todos os dias ônibus municipais e intermunicipais para ir até o Centro de Santo André. “Não acho justo (o aumento) a gente não vê retorno do valor na qualidade do transporte que além de caro vem lotado; a gente paga quase R$ 5 e ainda tem que viajar em pé. Acho um absurdo, não compensa o preço”, critica.
Enquanto aguardava ônibus na Vila Linda para ir ao Centro o pedreiro Jucier Pereira Leite, de 36 anos, falou com o RD a respeito da sua preocupação com o peso deste aumento no seu orçamento, já que é autônomo e o custo da condução sai do seu bolso. “Quem anda de ônibus é pobre. Quanto mais aumenta, pior é para o nosso bolso”, diz o trabalhador que chama atenção para a questão do valor “quebrado” que dificulta o troco. “Pagando R$ 4,40 já é difícil ter troco. Quero ver como vai ser agora, com esse valor quebrado”
Desempregada, a auxiliar administrativa Jéssica Araújo, de 25 anos, usa ônibus pelo menos três vezes por semana. Ela disse que a sua situação de estar sem emprego é agravada pela alta no transporte. “Como não estou trabalhando, pesa ainda mais. De centavo em centavo, fica difícil manter o orçamento porque essas coisas pesam no bolso”, ressalta a auxiliar que não tem outra forma de locomoção. “Vou ter que dar um jeito, fazer o quê? Tenho que ir ao mercado, ir ao banco, fazer um monte de coisas, tem que ser de ônibus mesmo, paciência”, lamenta.
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