O antagonismo da disputa presidencial é bem diferente da disputa em São Paulo onde os dois postulantes ao governo do Estado são ex-aliados. Até o início deste ano João Doria e Márcio França faziam parte da base de apoio do então governador Geraldo Alckmin (PSDB), porém após a definição das candidaturas cada um foi para um lado e o racha se evidenciou no segundo turno.
França acusa Doria de “trair” Alckmin, enquanto o tucano busca colocar no atual governador à alcunha de “candidato da esquerda”. A reação de ambos os lados também é difundida por aliados, algo que ficou evidente durante a apresentação do RDtv nesta quinta-feira (25), com o debate entre Donay Neto (PSB) e Márcio Canuto (PSDB).
“Ficou evidente que o Márcio França é um candidato apoiado pela esquerda. Ele tem em sua base o PCdoB, do PT, do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto). Não tem como esconder isso. Então está cada vez mais claro que ele é um cara da esquerda”, disse Canuto.
“O Doria traiu o Alckmin quando impôs essa candidatura ao governo, antes queria ser candidato a presidente, queria atropelar seu padrinho. A questão é que o França tem palavra e não traiu seu ideal. Lutou para ser independente e conseguiu em São Paulo”, afirmou Donay.
No primeiro turno João Doria venceu em seis das sete cidades (exceto Diadema) e venceu em 16 das 23 zonas eleitorais do ABC. O tucano teve 374.161 votos. Já Márcio França foi o quarto mais votado no ABC, com 222.090. Teve o melhor desempenho em Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, onde foi o segundo candidato mais votado.