Não é de hoje que as notícias sobre a crise da saúde de Mauá estampam as páginas dos jornais. Há anos que se discute como manter em funcionamento o principal equipamento de saúde da cidade, o Hospital Dr. Radamés Nardini. Agora a questão é o anunciado fim do contrato do município com a FUABC (Fundação do ABC), que administra o centro hospitalar e as unidades básicas de saúde.
Para a população, tanto faz se quem espeta a agulha no seu braço é funcionário da Prefeitura ou de uma Organização Social de Saúde, caso da fundação. O que interessa é o atendimento. É ter insumos, como esparadrapo, seringa, medicamentos e aparelhos para exames que sejam eficazes para um diagnóstico preciso e confiável. Mas essa realidade ainda está longe de Mauá.
A Prefeitura, por não concordar com termos da FUABC quando à dívida, que a OSS diz ser de R$ 150 milhões, resolveu romper o contrato. Primeiro foi ventilado que a própria administração, com calamidade financeira decretada, assumiria o sistema. Depois, em pouco mais de 48 horas a situação mudou da água para o vinho: a Fundação do ABC fica, ao menos até a Prefeitura contratar outra OSS de forma emergencial. Mas a instituição não poderá ficar por muito tempo, dado o caráter da contratação.
Enquanto isso, Mauá terá de se apressar em elaborar processo de licitação para contratar outra organização, com caráter mais estável. Tudo isso vai levar tempo, e mais tempo ainda vai levar a discussão em torno da dívida milionária que tem ficado para trás e onerar ainda mais os cofres do município. Quem fica no meio deste entra e sai é justamente quem não deveria, a população carente, que não tem como pagar um plano de saúde e precisa de atendimento.