Os dois ex-prefeitos, João Avamileno e José de Filippi Júnior (ambos do PT) foram os convidados do canal Rdtv, nesta quinta-feira (16). Avamileno, prefeito de Santo André em duas oportunidades (assumiu em 2002 com a morte de Celso Daniel e foi reeleito dois anos mais tarde), diz que não é candidato nestas eleições. Filippi, prefeito de Diadema três vezes (1993-1996, 2001-2004 e 2005-2008), deputado estadual (1999-2000) e federal (2010-2014), é novamente candidato à Câmara Federal. Durante a entrevista, os petistas falaram sobre a candidatura do ex-presidente Lula, e sobre o atual governo que consideram ter promovido retrocesso de 20 anos nas áreas social e econômica do País.
Vencedor de cinco eleições, Filippi disse que agora a conquista de votos está mais difícil. “Está mais desafiador, pois a população brasileira tem sensação de desesperança. A grande questão que temos de enfrentar é a população que está alheia da política. Temos de fazer com que essas pessoas revejam essa posição. Estamos num momento dramático, não vivemos um estado democrático de direito, a política foi desprezada. A Dilma (Rousseff) foi tirada do poder e assumiu um governo que transformou o governo federal em uma empresa demolidora, com uma voracidade como fosse uma escavadeira ou um trator, demolindo direitos e a economia. Vivemos na desesperança, porque a política foi destratada, não se arruma a economia se não se arrumar a política”.
Para o candidato a deputado federal a única forma de mudar o cenário político e sócio econômico do Brasil é com a participação popular. “A democracia pode corrigir isso, por meio do voto”, comenta e faz desafio. “Quer destruir o Lula, faz melhor que ele; põe o salário mínimo para andar mais rápido, põe emprego, educação e segurança”.
Sobre o governo de Michel Temer (MDB), Filippi considera que o presidente “desarrumou” a economia. “Só tivemos regressão, uma política criminosa na Petrobrás que levou o País à crise. Por isso, é importante a gente votar e corrigir o rumo. O povo precisa voltar a ter acesso à educação; há 3 anos o FIES (Fundo de Financiamento Estudantil) teve 900 mil contratos de financiamento do ensino superior, esse ano menos de 70 mil, ou seja, mais de 90% de restrição ao crédito estudantil. As nossas conquistas estão sendo destruídas pela máquina demolidora do governo federal” .
Para Avamileno, é a política que vai consertar o País. “O golpe que tivemos aqui foi desastroso, ninguém quer falar em política, está desgostoso, mas todos estão vendo que é a política que faz um país melhor ou pior. Veja o que fizeram com a Dilma, e agora se provou que ela não cometeu crime nenhum. Por isso, ela é candidata, vai ser eleita senadora”.
Consórcio
Filippi também falou sobre governança regional, lembrou da importância do Consórcio Intermunicipal e lamentou a saída de Diadema e da iniciativa de São Caetano, parar de pagar a entidade regional. “Participamos intensamente do Fórum da Região Metropolitana e do Consórcio, num momento em que o governo do Estado acreditava. Agora avalio que andamos para trás, o governo se retirou, recuou e esse vírus do isolamento se instalou aqui. O Orlando Morando está fazendo muito pouco para contestar e para defender o Consórcio, estão (as cidades) cometendo um erro em sair quando o conceito é investir na região metropolitana, porque é uma região conturbada”, disse o ex-prefeito.
Emenda
Mesmo ainda início do processo eleitoral, Filippi já falou de suas iniciativas no Congresso caso eleito. “Uma das tarefas do futuro é fazer várias correções no que aconteceu e, sobretudo, a revogação da Emenda Constitucional 95, que trava investimento novo na saúde e educação por 20 anos; isso é inaceitável. Precisamos de 342 votos na Câmara e dois terços do Senado para revogar essa questão que trava emprego, desenvolvimento e investimento nos municípios”, finalizou.