A Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo do Campo), a Prefeitura de São Bernardo e outras entidades da cidade se mobilizaram contra a mudança do posto da Delegacia da Receita Federal da cidade para Santo André. A ideia é unificar os dois atendimentos ao público. Órgão público não confirma.
Cerca de 250 pessoas contrárias à transferência da unidade para Santo André se reuniram na sede da entidade comercial. Em 2017, São Bernardo e Diadema representaram cerca de R$ 10,4 bilhões de tributos administrados pela delegacia.
O presidente da Acisbec, Valter Moura, afirma que o objetivo da reunião foi informar empresários, contabilistas, contadores e advogados para que tomem conhecimento da intenção da Receita Federal em extinguir o posto. “Precisamos valorizar o que proporciona melhor atendimento à população, além disso a permanência em São Bernardo se justifica pelo tamanho da cidade, a maior do ABC, com quase um milhão de habitantes”, diz Moura.
O prefeito de São Bernardo, Orlando Morando, disse que a administração municipal não pode ser omissa e que o motivo da atitude deve ser público e justificado. “Uma decisão não pode ser impositiva, traumática e sem transparência. É fundamental manter as duas delegacias, a daqui, e também a de Santo André”, afirma.
Participaram ainda do encontro representantes de entidades que defendem a manutenção autônoma das delegacias como o CRC (Conselho Regional de Contabilidade), o Sescon (Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis do Estado de São Paulo) – regional Grande ABC; da Aescon (Associação das Empresas Contábeis do Grande ABC); OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Bernardo e o presidente da Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC), Marcus Santaguita.
Outro lado
A assessoria de Comunicação da Receita Federal de São Paulo informou, por nota, que a fusão das delegacias em Santo André e São Bernardo está em fase de análise pela superintendência do órgão público, vinculado ao Ministério da Fazenda. Em princípio, “não existe ainda nenhuma decisão sobre mudança de delegacias”.
Quando houver deliberação, segundo a nota, “será oportunamente divulgada e implementada somente em 2019”. A Receita Federal ainda destaca que, qualquer que seja a decisão, “não haverá impacto no atendimento ao público realizado nas duas delegacias”. O órgão informou também que “os prédios serão mantidos para prestação dos serviços à população”.