‘Somos oposição ao governo Alaíde’, diz aliado de Atila

Antônio Carlos de Lima comunicou Israel Aleixo da exoneração na Sama

Presidente do PSB de Mauá e aliado imediato do prefeito afastado Atila Jacomussi (PSB), Israel Aleixo declarou guerra ao governo da prefeita interina Alaíde Damo (MDB), após ser exonerado da superintendência da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) nesta quarta-feira (4). O socialista afirmou que o partido assumirá o papel de oposição à emedebista e que a família Damo traiu seus aliados.

A exoneração de Aleixo é um reflexo da iniciativa do grupo politico de Alaíde em afastar os aliados de Atila, que está impedido de reassumir o cargo de prefeito por determinação judicial, embora recorra para suspender a liminar (mais detalhes abaixo). Na sexta-feira (29), a emedebista desligou outro integrante do núcleo duro do prefeito afastado, Márcio de Souza (PSB), da chefia de Gabinete e da Pasta de Comunicação.

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“Eles (família Damo) provocaram o rompimento, quando exonerou o Márcio e eu. Agora o PSB é oposição ao governo Alaíde. Vamos realizar uma reunião com a direção (do diretório municipal) até sexta-feira (6) para fazer esse comunicado”, afirmou Aleixo, ainda nas dependências da Sama. O socialista foi comunicado da exoneração da autarquia por telefone pelo secretário de Governo, Antônio Carlos de Lima (PRTB).

O PSB conta com apenas o vereador Samuel Enfermeiro no Parlamento. No entanto, deve engrossar o caldo da oposição à Alaíde a bancada do PRP, do pai de Atila e presidente do Legislativo, Admir Jacomussi, que já manifestou críticas à emedebista por suas ações isoladas, mesmo com cargo interino. A legenda também tem os parlamentares Bodinho e Tchacabum.

Indignado, Aleixo falou de traição do clã Damo, após Atila aceitar a indicação do grupo político na função de vice-prefeito, na chapa eleitoral de 2016. Na ocasião, a ex-deputada estadual e maior expoente da família, Vanessa Damo (MDB), já estava inelegível – até 2020 –, por crime eleitoral praticado em 2012, durante o segundo turno da eleição municipal contra o então concorrente e ex-prefeito Donisete Braga (Pros).

“A família Damo não teve a coragem de nos procurar (para falar das exonerações), como tiveram quando pediram espaço, devido à situação da Vanessa (cassada como deputada estadual em abril de 2016). Mas não estou preocupado com o meu cargo (de superintendente da Sama), e sim com o rumo que Mauá está tomando. Por que se eles fazem isso com os aliados, imagine com a população”, disparou o presidente do PSB.

Conforme noticiou o RD, Aleixo será substituído pelo advogado Mauro Sérgio Moreira, que já trabalhava no gabinete da prefeita em exercício, no comando da Sama. Também desembarcou do governo José Viana Leite no comando da Secretaria de Planejamento Urbano, porém, ele se antecipou à exoneração que seria oficializada nesta quarta-feira, ao entregar a carta de afastamento da Pasta para emedebista um dia antes.

Retorno

“Atila vai voltar, porque acreditamos na Justiça”, disse Aleixo, sobre a reversão da medida cautelar que impede o socialista de reassumir o cargo de prefeito. A restrição foi imposta pelo desembargador federal do TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) José Lunardelli, quando Atila deixou a penitenciária em Tremembé, interior paulista, no dia 15 de junho. O prefeito afastado recorre para derrubar a liminar.

O socialista foi preso em 9 de maio, na esfera da Operação Prato Feito, da PF (Polícia Federal), por não conseguir comprovar a legalidade naquele momento de R$ 87 mil em notas vivas no seu apartamento. Por sua vez, o advogado de Atila, Daniel Bialski, assegurou que o dinheiro é legal e vem do salário como chefe do Executivo, alugueis de imóveis da família e da pensão do filho.

Atila foi solto por meio de deferimento de habeas corpus do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes.

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