Ainda não existe calculo fechado referente as perdas para a economia do País por conta da greve dos caminhoneiros, que entra no décimo dia nesta quarta-feira (30), e com isso, diversos setores tem sentido os reflexos. Na região, cerca de 50 postos de combustíveis foram abastecidos no decorrer desta terça-feira (29). No entanto, de acordo com o Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do ABC), será necessário uma semana para que o abastecimento volte à normalidade.
Muitas montadoras da região continuam com problemas de logística e paralização de produção. Caso da Ford, em São Bernardo, onde a produção permanece suspensa nas três fábricas (São Bernardo, Camaçari e Taubaté). A Volkswagen informou que está fazendo ajustes em seu programa de produção. Na Scania a produção da fábrica permanece interrompida desde a última quinta-feira (24). A Mercedes-Benz informa que concedeu licença remunerada na segunda-feira (28) para as áreas produtivas. Nesta terça (29) as áreas trabalharam normalmente, no entanto, nesta quarta-feira (30), haverá parada da produção apenas na área de ônibus (com licença remunerada).
O presidente do Sehal (Sindicato das Empresas de Hospedagem Alimentação do Grande ABC), Roberto Moreira, destacou que o principal problema nos estabelecimentos tem sido com a não entrega de produtos fundamentais, como carnes, legumes e frutas. “Além disso, os estabelecimentos também estão ficando sem o gás de cozinha. E, por fim, claro, faltam clientes porque o consumidor está evitando, ao máximo, sair de casa até que a situação seja definida”, diz
A Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo) informa que os reflexos da paralisação impactam diretamente o comércio. A maior preocupação dos empresários é com as mercadorias que não estão chegando e deixa os estabelecimentos com poucos itens.
Craisa registra queda de movimento
A Companhia Regional de Abastecimento Integrado (Craisa), responsável pelo Ceasa do Grande ABC, informa que operou nesta terça-feira (29) com apenas 10% dos boxes da Ceasa funcionando. Foram poucos produtos encontrados, entre eles uva, laranja e caqui. Verduras e legumes também continuam em falta. Devido a situação o movimento de consumidores foi 20% menor. Para esta quarta-feira (30), a estimativa é que a oferta de alimentos permaneça em torno de 10%, já que embora a paralisação dê indícios de estar chegando ao fim, a recuperação do abastecimento deverá demorar alguns dias.
ABC Rádio Táxi vai na contramão
A falta de combustível fez com que a empresa ABC Rádio Táxi, maior cooperativa do segmento da região, registrasse movimento 40% superior desde a última sexta-feira (25), quando todas as bombas de postos do ABC secaram. Isto porque 86% da frota, composta por 286 veículos, opera com GNV(Gás Natural Veicular), produto encontrado normalmente. O restante, que trabalha com gasolina e álcool, acabou sendo prejudicado, sendo que alguns carros tiveram que parar de trabalhar.
“Estamos trabalhando no limite, a procura fica grande porque táxi não tem variação de preço. Seguimos o estabelecido pelo Consórcio Intermunicipal, R$ 2,7 para bandeira 1 (6h às 18h) e R$ 3,20 bandeira 2 (18h às 6h)”, diz o diretor Comercial da Cooperativa, Vitor Santos Rodrigues.