Na liderança do Comando de Policiamento da Área Metropolitana 6 (CPA/M6), desde o final de abril, o coronel Ronaldo Gonçalves Faro, pretende manter a política de parceria com os municípios do ABC para o combate ao crime. Em entrevista ao RDtv, nesta semana, o novo comandante da Polícia Militar (PM) na região falou sobre os próximos passos da corporação e sobre a imagem que o policiamento tem junto a sociedade.
Com passagem pelo comando do 6º Batalhão da PM, em São Bernardo, coronel Faro considera que no início de sua passagem pelo CPA/M6 é tentar manter aquilo que vem dando e certo e aprimorar algumas questões que são alvos das reclamações dos munícipes das sete cidades, principalmente as denúncias sobre os chamados ‘pancadões’.
“O problema em relação aos pancadões são o que acontecem por lá como uso de drogas, uso de bebidas por menores e até mesmo, em alguns casos, o sexo ao ar livre. Nós temos que coibir isso, mas evitando o confronto. Para isso, considero que o ideal seja tentar antecipar, ou seja, chegar no local com algumas viaturas, realizar as abordagens necessárias e assim conseguir fazer com que o problema diminua”, explicou.
O coronel também levantou a questão de que o próprio Poder Público poderia entrar nessa situação oferecendo locais para que os jovens possam ter acesso a cultura e ao lazer, e assim não necessitar dessas festas que vem incomodando algumas comunidades. Outra preocupação é na utilização única da PM para questões sociais que não necessariamente necessitariam de um aparato policial para ser solucionado.
“Infelizmente passamos por algumas situações muito diferentes da nossa época de estudantes, por exemplo. Antes se você tomasse alguma atitude de desrespeito contra um professor, você tomava uma bronca de seus pais e nunca mais aprontava. Hoje em dia, o professor é desrespeitado e fica com receio de dar uma bronca. Nesse momento, chamam a Polícia Militar, mas não necessariamente é um caso para isso”, disse o coronel.
Quantidade
Uma das principais reclamações de munícipes e entes políticos é a quantidade de soldados disponíveis para a região. No ABC a média é de um policial para cada 485 habitantes, enquanto o ideal estipulado pela Organização das Nações Unidas (ONU) é um para cada 250 pessoas. Para o coronel Faro, tal situação acontece por questões relacionadas a contagem de agentes de segurança.
“Se você contar o número de homens na Polícia Civil, Polícia Cientifica e outros agentes, provavelmente temos o número ideal estipulado pela ONU. Mas como cada um tem uma função diferente, muitas vezes não estão na rua o tempo todo, acabam olhando de outra forma e acham que precisamos de mais homens”, contemporizou.
Para tentar reduzir essa situação, a PM vem articulando junto aos municípios formas de parcerias junto com as GCMs (Guardas Civis Municipais) e a utilização de equipamentos que possam ajudar no combate ao crime. Outra situação colocada pelo coronel é a divulgação de notícias positivas em relação a Polícia Militar. Para o policial, a melhora desta comunicação pode ajudar as pessoas a entenderem melhor a posição da PM na sociedade.