Em crise financeira, a FSA (Fundação Santo André) não realiza o pagamento de salários de professores e funcionários desde novembro, conforme relato de docentes e do Sinpro (Sindicato dos Professores) do ABC. Por sua vez, a instituição se cala sobre as finanças, quando questionada e uma solução está à espera da posse do novo reitor Francisco José Santos Milreu, a partir de 1º de abril, para que um horizonte seja desenhado.
De acordo com o presidente do Sinpro, José Jorge Maggio, a FSA pagou, por meio de três parcelas, 85% dos salários de educadores referentes a novembro, em depósitos realizados neste mês. “A FSA alega fluxo de caixa e redução de alunos. Há professores também sem o 13º salário de 2016 e 2017; pagamentos de dezembro a fevereiro em atraso, e estamos perto do salário referente a março”, explica o sindicalista.
A FSA tem aproximadamente 400 professores, conforme informações do Sinpro, em situação de atraso salarial. Por ora, a instituição fala, internamente, de que a situação financeira e administrativa somente terá um planejamento em prática a partir da posse de Milreu, escolhido pelo prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), no começo do mês para ocupar o cargo de reitor pelos próximos quatro anos.
Além de atraso de salários, os professores e alunos enfrentam uma estrutura deteriorada. Os cursos de graduação chegam a concentrar cerca de 90 alunos em uma única sala de aula, e os pedidos de desmembramento estão estagnados até a posse da nova reitoria. Em meio a isso, as salas não têm ar-condicionado e os ventiladores são barulhentos, forçando os docentes a aumentar o tom de voz para conduzir a disciplina.
Nos setores de informática, alunos citam computadores danificados ou sem complementos, como CPU (unidade central de processamento), mouse e até teclado. Algumas salas de aula não contam com carteiras escolares para toda a turma e há relatos de cadeiras sem suporte para livros e cadernos.
O RD entrou em contato com a assessoria da FSA, em busca de esclarecimentos sobre os problemas nos pagamentos de salário e superlotação nas salas de aula, na segunda-feira (26). No entanto, até o fechamento desta edição, nenhum pronunciamento foi encaminhado por parte da instituição.