
Sem definição da nova reitoria, o ConsUni (Conselho Universitário) da UFABC (Universidade Federal do ABC) aprovou, nesta terça-feira (27), uma moção de preocupação pela demora do presidente Michel Temer (MDB) em assinar a portaria para nomeação do novo reitor. O grupo endossa pela posse do reitor pro tempore em exercício, Dácio Roberto Matheus, primeiro nome sugerido ao comando da fundação.
Formado por professores, servidores tecnico-administrativos, alunos de graduação e pós-graduação, além de representantes da sociedade civil organizada, o ConsUni indicou Dácio, então vice-reitor – apenas atrás de Klaus Capelle no comando da universidade – como o primeiro nome sugerido na lista tríplice enviada ao Ministério da Educação, em votação realizada em janeiro. Completam o quadro os docentes José Alex Sant’Anna e Ronei Miotto.
Antes da decisão do ConsUni, Dácio encabeçou uma das duas chapa em consulta com professores, alunos e demais funcionários, dois meses antes, embora o pleito não tivesse caráter oficial na indicação do futuro reitor. O então vice-reitor teve 2.466 votos, perante os 1.391 sufrágios da ala liderada pelo docente Carlos Alberto Kamienski, que em comum acordo tirou o seu nome de possível indicação na lista tríplice.
Na moção, o ConsUni lembrou dos dois processos e reforçou o desejo de Dácio ser o indicado por Temer, com preferência por uma decisão breve. O grupo político do atual do reitor pro tempore em exercício esperava que a portaria, com a sua indicação, fosse publicada no Diário Oficial da União na semana passada, situação que não ocorreu até esta terça-feira (27) nos atos oficiais.
Enquanto não há definição no Palácio do Planalto, Dácio realiza nomeações de aliados em pró-reitoras, coordenadorias, assessorias, chefia de Gabinete e outras funções na UFABC, em acordo com Capelle, de férias desde a semana passada, confiante de que a espera acabaria em seguida. No entanto, a única confirmação é de que a lista tríplice foi liberada pela SESu (Secretaria de Educação Superior), do Ministério da Educação.
Uma atribuição hipotética pela inércia na nomeação do reitor para os próximos quatro anos seria uma relutância do próprio Temer na escolha por Dácio, ao avaliá-lo como um aliado do PT. Por outro lado, o docente, que tem mestrado e doutorado em Ciências Biológicas, trabalhou na Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, entre 1986 e 2008, nos governos do MDB e PSDB.