Com poucos representantes nas galerias da Câmara de São Bernardo, na sessão dessa quarta-feira (21), o Sindicato dos Servidores Públicos (Sindserv SBC) foi alvo de severas críticas dos vereadores em relação ao projeto de lei complementar que mudou o regime trabalhista da GCM (Guarda Civil Municipal) de celetista para estatutária. Governistas consideram que a entidade não conseguiu emplacar a medida em outras gestões. O líder de governo, Ramon Ramos (PDT), chegou a falar em “extinção” da entidade sindical.
As críticas começaram no final da discussão sobre a proposta para os GCMs. O presidente da Câmara, Pery Cartola (PSDB), criticou a não presença de representantes do Sindserv SBC para falar sobre o assunto. “Onde está o Sindicato? Falavam tanto em outras gestões, que eram do mesmo partido deles (em referência ao PT). O Sindicato não tem apoio da categoria”, disse o tucano enquanto era aplaudido pelos guardas presentes nas galerias da Casa.
Na sequência, Ramon Ramos seguiu a linha adotada por Cartola. “Temos que lembrar que eles (Sindicato) tiveram uma série de encontros com a gestão anterior (de Luiz Marinho, PT) e não conseguiram falar nada sobre a GCM.”, esbravejou o pedetista.
Questionado sobre a força do Sindserv SBC, Ramos aumentou o tom das críticas. “Acho que não é a questão de perder (força), eles estão sendo quase extintos. O antigo sindicato que falava com a antiga gestão, a cabeça do sindicato era formada por guardas civis, quer dizer, eles tinham uma boa discussão para fazer, uma bela luta para impor ao prefeito antigo que era do partido deles, mas não fizeram. Não sei quais foram os motivos”, afirmou.
Em outro ponto da resposta, Ramos relembrou a fala de Pery Cartola que afirmou que a diretoria do Sindserv SBC foi eleita por meio de uma “fraude”. “Com essa alteração no Sindicato (na direção), que como o vereador Pery Cartola deixou bem claro, foi uma fraude, pois, está na justiça até hoje, então ela (direção) inexiste. Com toda essa situação eles não tem um suporte dos funcionários para debater”, concluiu.
Sindicato rebate críticas de governistas
O RD procurou a direção do Sindserv SBC para falar sobre as acusações. Para a vice-presidente da entidade, Marlene Matias, as críticas dos vereadores entraram em um campo “complicado”. “Temos que lembrar que a nossa eleição foi acompanhada pelo Ministério Público, ou seja, foi acompanhada pela Justiça. O que eles querem dizer é que o Ministério Público participou de uma eleição fraudulenta? Então esse posicionamento dos vereadores é complicado”.
Sobre a mudança no estatuto da Guarda Civil Municipal, Marlene reafirmou que era uma questão que estava em pauta há 16 anos e que consideram a medida como “boa para a categoria”. Em relação ao posicionamento do Sindicato no debate com as antigas gestões, a sindicalista afirmou que tal medida não passava da promessa dos prefeitos.
“Sempre colocamos em pauta na mesa de negociações com os outros prefeitos, mas não passava dali, não passava de uma promessa que iriam ver. Agora que teve uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), as coisas andaram e finalmente saiu o projeto aprovado”, concluiu.