O prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), planeja lançar a partir de janeiro o cronograma de entrega dos 11 postos de Saúde, entre eles, as sete unidades fechadas no fim de julho, para obras e modernização do programa denominado como “QualiSaúde”. As reinaugurações devem ocorrer a partir de abril, uma vez que o governo garante a publicação da licitação para contratação de uma empresa pela implementação do sistema de informatização da rede municipal em fevereiro.
No meio do ano, a Prefeitura de Santo André fechou as USs (Unidades de Saúde) do Parque Novo Oratório, Bairro Campestre, Vila Humaitá, Parque das Nações, Jardim Bom Pastor, além da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Jardim Santo André e do Centro de Especialidades III, na Vila Vitória. Segundo a administração municipal, todos os usuários desses equipamentos foram direcionados a postos nas proximidades.
Na ocasião, Serra justificou as interdições dos postos, com necessidades de maiores intervenções estruturais, para não correr o risco de acidentes aos pacientes. Entretanto, a precaução alegada pelo prefeito não evitou o grande desgaste perante os moradores e também na Câmara dos Vereadores, como o tumulto na ida da ex-secretária de Saúde Ana Paula Peña Dias, em agosto. O episódio resultou em um boletim de ocorrência por injúria no 4º DP (Distrito Policial) contra o presidente da Casa, Almir Cicote (PSB), e o parlamentar oposicionista Willians Bezerra (PT).
“A gente já apresenta, no fim de janeiro, um novo cronograma (de entrega dos postos) em 2018. Até porque temos 11 equipamentos para entregar. Além das sete unidades, entregaremos o PA (Pronto Atendimento) Bangu, (previsto para abril), o Centro de Referência Ortopédico do Jardim Campestre, a (antiga) UPA Centro com novo modelo e a UFS (Unidade Saúde da Família) do Jardim Irene. Posso garantir que o prazo de algumas serão antecipados”, assegura o prefeito.
Por enquanto, as obras dos sete postos fechados não foram iniciadas. Segundo o prefeito, o governo lançou licitação para contratação de mão de obra para reformas de alguns desses postos, como a UPA Jardim Santo André e a US do Jardim Bom Pastor. A entrega desses equipamentos é vista como prioridade pelo Paço no próximo ano, conforme já admitiu o novo secretário de Saúde, Márcio Chaves (PSD), em entrevista ao RD.
Outra etapa vista como essencial pelo governo é a implantação de um software para unificação de todo o sistema de saúde, referente a agendamentos de procedimentos médicos, controle de medicamentos e outras ações. “Um dos principais pontos do QualiSaúde é o sistema de informatização e isso vale para todas as unidades. A gente quer implementar a partir de fevereiro. Estamos terminando de definir os aspectos técnicos, que serão apresentados em janeiro, e contratação (da empresa) ocorre em seguida”, projeta o prefeito.
Serra afirma que observou experiências em Barueri e Piracicaba com a implantação do sistema de informatização nos postos de saúde e vislumbra um cenário semelhante para Santo André. Cada uma das 11 unidades previstas para reaberturas ao público em 2018 deverá já contar com o software.
Nova função
Entre as unidades no cronograma, o imóvel que abrigava a antiga UPA Centro – hoje o equipamento se encontra no posto próximo à Praça IV Centenário –, fechado desde 2016, terá as portas reabertas em maio como uma USF e ARMI (Ambulatório de Referência para Moléstias Infecciosas). Inaugurada em 2012 pela gestão do ex-prefeito Aidan Ravin (PSB), a estrutura está situada na Rua Coronel Agenor de Camargo, região central da cidade.
Licitação
De acordo com informações do Portal da Transparência, o governo homologou, no começo do mês, os vencedores da licitação para aquisição de equipamentos médicos e móveis hospitalares aos postos de Saúde. O edital cita que a entrega, montagem e instalação, quando houver, será de até 90 dias corridos, a contar do dia útil seguinte ao do recebimento das autorizações de fornecimento de material.
O edital cita instrumentos como um arco cirúrgico móvel para procedimentos de neurocirurgia, cirurgia vascular e ortopedia; e uma autoclave – aparelho utilizado para esterilizar instrumentos por meio do calor úmido sob pressão. Também são previstos 10 desfibriladores, um ultrassom, seis bisturis elétricos, 10 camas hospitalares elétricas, cinco camas cirúrgicas elétricas – duas de tração –, entre outros equipamentos.
Filas
Enquanto o “QualiSaúde” ainda está a espera de surtir efeitos à população, Serra assegura que outro pilar no setor, o programa “Fila Zero”, já é considerado como bem-sucedido. “Esse foi um grande sucesso. Dos 128 mil exames e consultas atrasados que herdamos, fizemos 85 mil atendimentos. Zeramos a fila de 110 especialidades (com demandas reprimidas). Falta evoluir, pois ainda temos mais de 40 mil pessoas na fila, mas em qualquer índice, começamos 2018 melhor que em 2017”, diz.
O governo, porém, ainda encontra dificuldade em acabar com as filas para especialidades como neurologia, ortopedia, dermatologia, entre outras.