Quem conhece o ritmo da Câmara de Diadema sabe que o lugar é um dos mais acalorados locais de debate político da região. Porém, em 2017, a Casa acabou virando alvo de outra polêmica, o corte de funcionários comissionados após determinação do Judiciário. 101 vão perder o emprego nos próximos dias, fora a necessidade de troca de outros tantos devido a exigência de escolaridades. O Legislativo diademense teve um ano agitado também por causa de suas reviravoltas entre as bancadas de oposição e de governo.
A decisão para a redução no número de comissionados estava se arrastando a anos. A Câmara de Diadema já sabia que uma hora ou outra teria que tratar sobre o assunto, mas no final de novembro acabou forçada pela Justiça a fazer isso, após a publicação do acórdão do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo). 101 pessoas que estavam alocadas em cargos em comissão vão deixar o Legislativo até o final de março de 2018.
Além disso, o Parlamento Municipal teve que aprovar uma reforma administrativa que conta cria exigências de escolaridade para os mais diversos cargos e também terá que realizar concursos públicos para outras vagas, sendo que neste caso não se sabe quando acontecerá a seleção.
O caso acabou gerando um mal-estar entre os vereadores que não gostaram da decisão do Judiciário. O presidente da Casa, Marcos Michels (PSB), chegou avisar aos colegas sobre a necessidade de adequação antes de qualquer intervenção de fora, mas outros assuntos fizeram com que a pauta fosse esquecida até o ponto onde não se poderia fazer mais nada contra a força da Justiça.
Entre os principais assuntos que nortearam a Câmara de Diadema neste ano estava a troca que ocorreu nas bancadas de oposição e de governo. A princípio a situação tinha grande vantagem, 14 a sete, porém tal situação mudou quando cinco vereadores: Salek Aparecido e Rivelino Teixeira, o Pretinho do Água Santa (ambos do DEM); e Audair Leonel, Sérgio Ramos da Silva, o Companheiro Sérgio, e Jeocaz Coelho, o Boquinha (ambos do PPS), deixaram a base de apoio ao prefeito Lauro Michels (PV) e migraram para o bloco oposicionista formado por PT, PRB e PR.
Tal decisão foi tomada após o grupo (apelidado de “bancada do Água Santa”) não ser atendido nos pedidos em relação ao primeiro escalão, principalmente com a não indicação do secretário de Saúde. O fato fez com que a oposição ganhasse a força necessária para barrar projetos do governo por seis meses. Após negociações, a situação mudou e a vantagem inicial do governo Michels foi retomada.
Eleições
Porém, outras articulações foram pautas de polêmicas internas. A disputa pelo apoio do governo em relação aos pré-candidatos a deputado estadual e federal para o próximo ano foram pautas de diversas conversas. Na Casa, Célio Lucas de Almeida, o Célio Boi (PSB) e Marcos Michels buscavam a atenção de Lauro a suas intenções.
Célio, líder de governo, terá o apoio do governo, mas não de forma exclusiva, a sua tentativa de uma vaga na Câmara Federal. No caso de Marcos, primo do prefeito, a situação não é essa. Lauro quer apoiar a pré-candidatura de seu vice-prefeito, Márcio da Farmácia (PV), para a Assembleia Legislativa. Apesar da indisposição, o presidente do Legislativo não pretende desistir de seu desejo eleitoral, algo que está irritando o líder do Executivo.