De 5 a 8 de dezembro, o morador em situação de rua de Diadema, Robson José Cardoso, vai representar a cidade na 11ª Conferência Nacional de Assistência Social, em Brasília. Esta é a primeira vez que um munícipe nessa condição foi eleito delegado, em conferências municipais e estaduais, para participar de evento federal em que população e poder público discutem e propõem ações para o setor.
Robson foi até a Capital do país para defender propostas que melhorem a vida dos moradores em situação de rua como a revitalização de centros POP e oferta de cursos, trabalho e centros de convivência. “Eu sei quais são as dificuldades e a proposta é para que o morador tenha um suporte para mudar sua própria situação. Além disso, o município é pequeno e não podemos priorizar só uma área. Existem várias áreas que podem ser melhoradas”, ressaltou Robson. Para embasar suas propostas, ele estudou a lei orgânica de Diadema e outros temas ligados à área.
Representatividade
Para a coordenadora da Proteção Social Básica de Diadema, Aracélia Lovato, é importante a população estar engajada nas discussões. “Os usuários dos serviços são os protagonistas. Eles devem estar engajados nesse processo para que, juntos com os trabalhadores e gestores, apresentem propostas de acordo com suas necessidades, que fortaleçam e ampliem as ofertas dessa política de assistência social. Essas ações devem ofertar ao indivíduo e às famílias condições para enfrentamento a situações de vulnerabilidade, riscos e violações a que estão expostos”, afirma.
Robson frequenta o Centro Pop do município desde 2015 e foi convidado pela equipe técnica para participar das discussões, pela primeira vez, na 12ª Conferência Municipal, realizada em 20 de julho deste ano. No encontro, o morador foi eleito um dos quatro delegados. Já no evento estadual, entre 3 e 5 de outubro em Águas de Lindóia, foi indicado como representante titular de Diadema para a Conferência Nacional. A região levará seis delegados.
A participação de Robson ainda trouxe o desejo de conquistar novas oportunidades como cursar uma faculdade. “Mudou a minha forma de pensar. É um novo mundo”, finalizou.