ABC - quinta-feira , 2 de maio de 2024

Colômbia colhe frutos da cena que surge entre a tradição e o moderno

Eles podem ser comparados ao Buena Vista Social Club, o grupo cubano que promoveu um resgate histórico da mais velha geração de músicos da Ilha a partir de 2001. Seriam comparados se o Ondatrópica não chegasse, diferentemente da turma de Compay Segundo e Ibrahim Ferrer, com força em seu trabalho autoral.

O grupo colombiano se apresenta em São Paulo apenas nesta quinta, 16, no Sesc Pompeia. Surgido pelas mãos do produtor e músico Mário Galeano e do DJ inglês Quantic, o Onda foi formado para investigar as sonoridades colombianas dos anos 1950 e 1960, em contraponto à música massificada representada mais recentemente por nomes como J. Barvin e Maluma.

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Galeano tem uma explicação para o fato de a Colômbia só passar a ser reconhecida mundialmente com mais intensidade desde cinco anos para cá. Curiosamente, ele fala de algo que o Brasil chamou de Tropicália há 50 anos: “A nova geração, que chegou a partir dos anos 1990, começou a misturar rock com expressões folclóricas, assumindo uma identidade. Antes, essas expressões não se juntavam”.

A produtora brasileira Monica Cosas conhece a Colômbia e seus expoentes. “É o país latino que mais se parece com o Brasil.” Ela diz que, de um ano para cá, o desconhecimento e a indiferença com relação às atrações colombianas começaram a dar sinais de mudança. “As portas estão se abrindo com mais facilidade quando digo que tenho uma atração colombiana nas mãos.”

Um dos maiores festivais de música da América Latina, o Circulart, realizado todos os anos em Medellín, é de responsabilidade de Octavio Arbelaez, um estudioso da sociedade de seu país e do impacto que a paz exerce no crescimento das nações. Medellín, graças a ações culturais, conseguiu abaixar os índices de criminalidade de forma prodigiosa. “O festival não é apenas uma plataforma de mercado, nos sentimos comprometidos com nosso tempo. Referenciamos uma América Latina na qual a violência social se reproduz ao ritmo da exclusão e das desigualdades.”

Ao mesmo tempo, a música de seu país dá um salto ao dialogar com outras da vizinhança. “As músicas se encontram em um abraço que desmancha fronteiras geográficas.”

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