A “disputa” para saber quem falaria sobre a ocupação do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) em um terreno em São Bernardo acabou causando uma celeuma entre os vereadores na sessão desta quarta-feira (20). Julinho Fuzari (PPS) e Ramon Ramos (PDT) tentaram fazer discursos, mas não conseguiram autorização da maioria dos colegas de Casa. Após debate acalorado, base governista resolveu se posicionar sobre o assunto em conjunto.
Tudo começou quando Fuzari fez o pedido para debater o assunto, utilizando o artigo 146, inciso X, do Regimento Interno, que permite que um vereador fale sobre determinado tema por dez minutos. Da mesma maneira que ocorreu em outras tentativas do popular-socialista, a maioria dos vereadores não permitiu o debate. Na sequência, Ramos tentou falar sobre habitação, fato que incluiria a ocupação. Apesar de ter conquistado o apoio da maioria que estava em plenário, o líder de governo não conseguiu a autorização, pois apenas 12 vereadores votaram, quatro a menos que o quórum necessário.
A falta de quórum, principalmente por parte da base governista, irritou Ramon Ramos. O pedetista realizou uma reunião em uma das salas da Casa com os demais governistas. Após alguns minutos de forte debate, os governistas chamaram a imprensa para dar um posicionamento sobre a ocupação que ocorre desde o início do mês.
“Quero dizer, em nome da bancada, que somos completamente contra essa invasão que ocorre em São Bernardo. Não podemos fazer nada, pois a área é particular, mas tenho certeza que assim que a Justiça permitir, a Prefeitura vai dar toda a retaguarda para que a Policia Militar faça a reintegração de posse. Mas quero demonstrar todo o repúdio dessa bancada com essa situação lamentável”, disse Ramon Ramos.
Nem todos os vereadores da base participaram do encontro. Participaram da reunião: Jorge Araújo (PHS); Ivan Silva e Fran Silva (ambos do SD); Aurélio (PTB); Gordo da Adega (PCdoB); Ramon Ramos (PDT); Eliezer Mendes (Podemos); João Batista (PRB); Pery Cartola, Zezinho Soares, Toninho Tavares, Ary de Oliveira, Samuel Alves e Lia Duarte (ambos do PSDB), além da secretária de Governo, Julia Benício.
Para Fuzari, a ação do MTST demonstra “a falta de preparo da atual gestão”. “Infelizmente não temos um real plano de habitação. Isso já acontecia no governo passado, que era do PT, partido que está ligado com esses grupos. Uma solução para isso é complicada, mas não podemos deixar que uma invasão dessas aconteça. A maioria das pessoas que estão lá não é de São Bernardo. Sou completamente contra a essa invasão ilegal”, falou o popular-socialista.