
Cerca de 400 moradores da região do pós-balsa foram até a Câmara de São Bernardo, nesta quarta-feira (6), para protestar contra a intensificação da fiscalização contra caminhões que levam material de construção para a região. Segundo os manifestantes, tal medida também vem impedindo a chegada de veículos com outros materiais, assim “ilhando” o local. O bloco oposicionista criticou severamente a medida da gestão do prefeito Orlando Morando (PSDB). A base governista levará as reivindicações do grupo ao comando do Paço são-bernardense que nega qualquer tipo de imbróglio com os moradores do bairro.
A manifestação começou um pouco antes do início da sessão ordinária, às 9h. Nem todos entraram no auditório do plenário Tereza Delta, os demais aguardaram na entrada que separa os prédios do Legislativo e do Executivo. Dentro da Casa, gritos de protesto e uma série de reivindicações foram gritadas aos vereadores. Após muitos debates, um grupo de legisladores formados pelo líder de governo, Ramon Ramos (PDT), e os oposicionistas Julinho Fuzari (PPS), Joilson Santos, Ana Nice e Antônio Carlos da Silva (ambos do PT).
Após alguns minutos foi definido que Joilson Santos vai protocolar as reivindicações dos moradores no Executivo e que Ramon Ramos vai tentar intermediar uma reunião para esclarecer os fatos relacionados a polêmica. Os moradores que foram até à Câmara a principal intenção é fazer com que os caminhões com o material de construção voltem a circular na região. Além disso, exigem uma melhoria para acessar o bairro, algo que basicamente é feito através da balsa. “Ouvimos tudo e é meu papel como líder levar isso ao prefeito e ver o que podemos fazer. Vamos esclarecer tudo isso, tudo foi muito tranquilo”, falou Ramos.
“Isso é um absurdo, falta diálogo com este governo. Como fazer algo deste tipo sem pensar na população. Eles estão ilhados e isso é um absurdo”, disse Julinho Fuzari que afirmou que a reunião entre vereadores e o grupo de moradores acabou sendo partidarizado. No último domingo (3), o deputado federal Alex Manente (PPS/SP) se reuniu com os manifestantes e demonstrou solidariedade. Legisladores petistas também acompanharam o encontro.
Prefeitura
Segundo o Poder Executivo de São Bernardo, “todo o transporte de materiais para construção civil com destino ao pós-balsa estará sujeito à fiscalização ambiental, tributária, do direito do consumidor e de trânsito. O horário das viagens também será limitado, sendo permitida somente de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h”.
Para que ocorra a entrada dos veículos será necessária uma autorização específica que pode ser obtida na Rede Fácil, localizada na avenida Araguaia, 265, no Riacho Grande. Segundo o comando do Paço, em nota, “os moradores de toda a região do pós-balsa tem manifestado às medidas adotadas pela Prefeitura de São Bernardo pela preservação ambiental e combate a invasão de novas moradias irregulares”.
45 pessoas pediram o atendimento técnico entre os dias 31 de julho e 30 de agosto para viabilizar a licença ambiental para reparos e demais serviços de reforma em suas moradias. “Na semana passada, a Prefeitura iniciou plano de restrição à comercialização de materiais de construção nos bairros. A medida é um pedido do Ministério Público (MP) da cidade,, que vê crescimento desenfreado das ocupações irregulares no manancial”.