Oswaldo Dias repensa ‘aposentadoria’ e se coloca para 2018

Oswaldo tem 75 anos e disputou a última eleição em 2008

Três vezes prefeito de Mauá, Oswaldo Dias (PT) deve deixar a aposentadoria das urnas de lado e se candidatar a deputado estadual no próximo ano. O nome do petista é defendido por militantes e pela direção do partido na cidade, que também trabalha para lançar o vereador Marcelo Oliveira (PT) a deputado federal. Por sua vez, o ex-prefeito Donisete Braga (PT) sofre forte rejeição dentro da legenda.

O retorno de Oswaldo ao cenário eleitoral de Mauá ocorre após o próprio ex-prefeito afirmar que estava aposentado das disputas de cargos eletivos, embora com a ressalva de não deixar o meio político. “Não posso neste momento garantir que serei candidato em 2018, mas  vou discutir com pessoal. A (eleição de deputado) estadual é mais viável, precisa de menos votos e depende de mais votos localizados”, diz.

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Oswaldo vislumbra uma das 94 cadeiras da Assembleia Legislativa, apesar da orientação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que ex-prefeitos disputem a cadeira de deputado federal. A preocupação do PT é manter a força do partido no Congresso Nacional por meio de nomes consolidados em seus redutos eleitorais, ante o desgaste da legenda devido às denúncias de corrupção e da Operação Lava-Jato.

Com 75 anos, Oswaldo pode retornar a uma disputa eleitoral dez anos após sair vitorioso em seu último pleito, pela Prefeitura de Mauá. O petista concorreu ao Executivo em quatro oportunidades. A primeira foi em 1988, quando acabou derrotado por Amaury Fioravanti e ficou em terceiro lugar. Nas três tentativas seguintes, em 1996, 2000 e 2008, foi eleito prefeito.

O petista ainda pretendia um quarto mandato em 2012, mas foi impedido de disputar a reeleição por uma articulação política do seu partido em Mauá. O movimento foi liderado por Donisete, então deputado estadual e candidato ao governo naquele ano, pelo ex-vice-prefeito, Paulo Eugenio Pereira Junior, e pelo ex-vereador, Rogério Santana.

No entanto, a condenação na Justiça pelo processo envolvendo a exposição Túnel do Tempo, em 2004, a qual mostrava as “benfeitorias” das gestões petistas e exaltava a figura do ex-vice-prefeito Márcio Chaves (à época no PT), mais votado no primeiro turno e cassado logo depois, deu a Oswaldo uma saída “honrosa” do imbróglio. Dessa forma, Donisete ficou com caminho livre e venceu a disputa eleitoral há cinco anos.

Presidente do PT de Mauá, Getúlio Júnior, conhecido como Juninho, endossa o nome de Oswaldo e também sinaliza para Marcelo na disputa à Câmara dos Deputados. “Acredito que o Oswaldo consiga unificar o partido. Tem uma história e legado na cidade, pois a pegou destruída e a reconstruiu. Então, sua conexão com o PT é forte e a candidatura ajuda o partido e Mauá, pela experiência que ele tem”, pontua.

Caminho oposto

Se Oswaldo tem aceitação interna no PT, Donisete não conta com o mesmo privilégio. Segundo interlocutores do diretório municipal do partido, o ex-prefeito, derrotado na tentativa de reeleição em 2016, sofre forte rejeição, por dois motivos. O primeiro por privilegiar grupos políticos de outros partidos da base aliada no governo, em detrimento dos quadros do petismo. Outra razão é por sinalizar que deixará a legenda.

Especulações apontam que Donisete pretende se candidatar a deputado estadual, cargo ocupado por quatro mandatos (entre 2000 e 2012). No entanto, o ex-prefeito está afastado das discussões internas no PT e, inclusive, perdeu parte de seu grupo político para o superintendente da Arsep (Agência Reguladora de Serviços Públicos) de Mauá, Rômulo Fernandes.

Juninho, por sua vez, apenas diz que é ventilado o desejo de Donisete voltar ao Parlamento paulista, mas ainda não foi contatado pelo ex-prefeito, que procurado pela reportagem, não retornou.

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