Na contramão da atual crise econômica que afeta o Brasil, São Caetano conseguiu atrair mais uma empresa para a cidade, um laboratório alemão, o Euroimmun, líder mundial em diagnóstico autoimune. O investimento inicial é superior a R$ 8,5 milhões – o valor está sendo readequado – e será direcionado para infraestrutura e instalação de maquinário, em área de 1.400 m², dentro da Torre Union, no Bairro Cerâmica.
A unidade funciona em São Paulo, no Jardim Avelino, há cinco anos, mas as atividades serão transferidas para as novas instalações no ABC. Com isso, 100% das operações atuais de importação, distribuição, administração e vendas serão iniciadas em outubro. Já as atividades de fabricação, laboratório de referência, de pesquisa e desenvolvimento devem iniciar em janeiro de 2018. A empresa conta com 23 funcionários, no entanto, com a expansão, o quadro será ampliado para 64 colaboradores, entre cargos de coordenação, gerência e operacional.
“Há pouco mais de um mês a empresa foi vendida, adquirida por um grupo americano muito maior em termos de faturamento global. Com isso, novos projetos foram incluídos e inseridos dentro dessa nossa mudança para São Caetano”, afirma o diretor executivo da empresa, Gustavo Janaudis, em entrevista a RDtv. No mês passado, as ações mundiais da empresa, presente em 16 países, foram vendidas para a PerkinElmer pelo valor de U$ 1,3 bilhão.
De acordo com as informações, para a mudança da planta da unidade, alguns aspectos foram considerados para a decisão por São Caetano. A direção considerou entre outros fatores a boa posição do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), nível educacional e também a questão de infraestrutura.
“Nós encontramos uma assessoria e uma competência técnica muito boa, principalmente em relação aos órgãos regulatórios, na Prefeitura e Vigilância Sanitária. Isso agiliza nossos processos de implantação”, diz.
Produção
A empresa trabalha com a fabricação de biochips, miniaturizados, para fins de diagnósticos na área da saúde. Trata-se de uma produção de elevadíssimo valor agregado, já que não é necessário muito espaço para produção, porém, gera muito valor. A política da empresa não permite a divulgação de faturamento, mas o objetivo da unidade é expandir a produção para abastecimento de países da América Latina com meta de se transformar em uma plataforma de desenvolvimento de produtos.
A produção atual diária, para distribuição e importação, é de 18 mil biochips/dia, número que subirá para 40 mil com as novas instalações em São Caetano. O planejamento do laboratório, no entanto, numa segunda fase, é investir ainda mais nos próximos três anos e elevar a escala para 80 mil unidades, a depender da entrada em outros países.
“O biochip é basicamente uma unidade de teste, um chip milimétrico, onde a gente posiciona cultura celular ou corte de tecidos, que são utilizados para fins diagnósticos de doenças específicas”, esclarece Janaudis. Com a instalação da fábrica, o Euroimmun se tornará o maior fabricante do País de testes para dengue, zika e chikungunya.