Paulo Serra rejeita privatização de água e esgoto com Odebrecht

Serra afirmou que rejeição não aconteceu por causa das investigações realizadas pela operação Lava Jato (Foto: Pedro Diogo)

O prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), anunciou nesta segunda-feira (19) que vai rejeitar o processo de privatização da água e esgoto no município para a Odebrecht Ambiental, conforme compromisso que foi firmado pela gestão do ex-prefeito Carlos Grana (PT). O acordo foi feito em 2016, mas não foi homologado.

Serra questiona os termos da parceria, independente da investigação. “A parceria com a Odebrecht Ambiental não é de interesse de Santo André, e portanto o negócio não será homologado não será homologado. Não acreditamos nesse sistema de gestão”, explicou o chefe do Executivo andreense.

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Entre os diversos motivos elencados pela Prefeitura está o fato de a PPP (Parceria Público-Privada) não prever nenhum aporte significativo da Odebrecht no sistema no primeiro ano de validade, como é usual nesse tipo de parceria. “O segundo problema foi o modo como a PPP foi feita, no fim da gestão de Carlos Grana, sem a participação do governo de transição e o conhecimento da população”. Por fim, Serra avalia que o contrato traria “ônus” para o consumidor de Santo André, que teria de aumentar as tarifas de água e esgoto para fazer os repasses para a Odebrecht Ambiental.

Segundo o edital publicado pelo Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), na gestão passada, o valor estimado do contrato era de R$ 3,37 bilhões, pelo período de 35 anos. Além do gerenciamento do sistema, a privatização envolveria, se fosse homologada, a redução das perdas físicas e comerciais no abastecimento e operação e manutenção da fatura Estação de Tratamento de Água (ETA) do bairro Recreio da Borda do Campo, que ainda não teve as obras iniciadas.

Histórico

A Odebrecht Ambiental já é responsável pela coleta e tratamento de esgoto em Mauá, algo que acontece em 2008. A participação da empresa em investigações referentes a doações ilegais para candidatos ao comando do Paço mauaense em 2012, algo que foi revelado na delação premiada do executivo da empresa, Fernando Cunha.

Segundo Cunha, a campanha do então prefeito Donisete Braga (PT) recebeu R$ 1 milhão e a campanha de Vanessa Damo (PMDB) recebeu R$ 900 mil, ambas as doações foram realizadas via caixa dois. Além disso, outras doações para candidatos a deputado estadual e federal apoiados por Braga foram feitas em 2014, afirmou o executivo.

 

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