Os casos de homicídio doloso (quando há intenção de matar) tiveram aumento de 600% no mês de abril em duas cidades da região, em comparação a março, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (25) pela Secretaria de Segurança Pública do Estado.
Em Santo André e Mauá, os casos saltaram de forma acentuada, de um para seis no período. O especialista em segurança pública e privada, Jorge Lordello, ressalta que os dois municípios da região estão na contramão dos estatísticas do Estado, que nos últimos anos registram queda do índice. Porém, os registros podem representar situações isoladas, como brigas de gangues ou chacinas. “São Paulo passou de 10 mortes por mil para nove mortes por mil habitantes, que é um dado aceito pela ONU”, diz.
Já Diadema liderou os casos de estupro de vulnerável (prática de conjunção carnal ou outro ato libidinoso com menores de 14 anos, ou contra pessoas enfermas ou deficientes) com aumento de 600%. O índice saltou de um caso em março para seis em abril.
As ocorrências de estupro também foram alarmantes em São Caetano. Enquanto em março não houve registro, em abril foram cinco casos. Em Mauá, subiram de três para quatro (variação de 33%), e estupro de vulnerável subiu de dois para quatro casos (variação de 100%). Já em Ribeirão Pires, no mês de abril, foi registrado um caso e Santo André manteve os cinco casos de estupro, igualmente registrados em março.
De acordo com o especialista em segurança, são necessárias ações em parceria com poder público e polícia para coibir o crime. Lordello afirma que muitas vezes o estupro acontece no fim da noite, quando comércios ilegais estão em funcionamento e o consumo de álcool é maior. O especialista pondera que esse tipo de situação acaba dando mais coragem ao criminoso, que vê uma mulher sozinha na rua e comete o delito. “Com o fechamento desses estabelecimentos e o combate a pancadões e bailes funks, não só o estupro, mas outros crimes terão queda de ocorrências”, acredita.
Lordello acredita que o aumento de registro em casos de estupro esteja relacionado ao fato de as vítimas terem mais coragem de notificar o crime. “Há pessoas que sentem vergonha ou culpa e não vão até a polícia. Na contramão, há muitas campanhas que abordam o tema e isso encoraja as pessoas a denunciarem”, diz.
Já os índices de furto subiram em Mauá e Ribeirão Pires. A primeira cidade registrou 266 casos em março e 287 em abril, crescimento de 7,89%. Ribeirão Pires por sua vez, teve crescimento de 27 casos em março para 28 em abril, 3,7% a mais que o mês anterior.
São Caetano registrou em abril dois casos de roubo de carga. Em março não houve nenhuma ocorrência. Diadema, passou de seis para 11 casos, aumento de 83%.
A única cidade que não registrou aumento nos índices de criminalidade foi São Bernardo, que manteve os mesmos números de março e/ou menores.
Lordello ressalta ainda que o aumento de casos de crimes contra o patrimônio é reflexo da crise econômica que o País atravessa. “Hoje existem 14 milhões de desempregados no Brasil. Parte desse total são pessoas de má índole que partem para o crime, mas há ainda quem se desespera para ter uma maneira de sustentar a família”, salienta.
(Colaborou Amanda Lemos)