O tumor de próstata é o segundo mais comum entre os homens no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer, fica atrás apenas do câncer de pele. Neste caso, a prevenção ainda pode ser o remédio mais eficiente para esta doença tão preocupante. Em entrevista ao RDtv, o urologista Marcus Mattos, da clínica Saúde Mais, em São Caetano, explica que a recomendação mais precisa é que os homens procurem um especialista a partir dos 50 anos para fazer exames de rotina e obter diagnóstico precoce da doença.
A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) está seguindo a linha mundial e aumentou de 45 para 50 anos a idade mínima para que o homem realize o exame de toque retal e o Antígeno Prostático Específico (PSA). Para os que estão no grupo de risco, com histórico familiar da doença e os homens negros, a recomendação é que a prevenção seja iniciada aos 45 anos.
“É uma doença que se diagnosticada de forma precoce tem grandes chances de cura. Hoje se tem técnicas cirúrgicas bastante atualizadas que dão resultados muito bons”, afirma Mattos.
Sobre a questão do preconceito, principalmente para realização do exame digital da próstata, o médico diz que ainda existe resistência, mas que já foi muito mais forte no passado. “É uma parte bastante importante da avaliação, eu considero imprescindível. Na maioria das vezes o paciente se arrepende de não ter feito o exame antes”.
O especialista destacou que a disfunção erétil e ejaculação precoce também são queixas cada vez mais comuns entre os homens e nessas situações é fundamental que um urologista seja procurado. O profissional aponta como causa a questão psicológica e pondera que existe grande incidência do problema entre o público jovem. “A gente está num ambiente muito estressado com muita cobrança e comparação”, aponta, acrescentando que o importante é saber identificar em qual tratamento o paciente vai ter benefício.
Em relação às Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), ressalta que ainda é um problema bastante importante que deve ter atenção especial. O HPV é bastante comum, mas não é tão grave para o homem e sim para a mulher. “O homem é o meio de transporte também para a contaminação com o vírus, toda lesão visível deve ser tratada. Isso gera um problema muito grande para a mulher, pois nela pode evoluir para tumor de colo de útero”, afirma.
Já no homem, Mattos alerta que se uma lesão de HPV no pênis evoluir tem risco de se tornar câncer. “A verruga seca que o vírus causa na mucosa do pênis pode progredir para tumor. Mas não é porque já tem uma verruga que é uma lesão maligna”.