O avanço da tecnologia e o uso das redes sociais têm auxiliado na comunicação entre instituições público/privado e a população. Os moradores utilizam deste meio para cobrar, informar, patrulhar e auxiliar o poder público nas decisões referentes ao trabalho exercido nos bairros.
Um exemplo disso, são os moradores do Baeta Neves, em São Bernardo, que cansados dos assaltos frequentes no bairro se reuniram e criaram grupos no facebook e whatsapp para discutir possíveis soluções para a área onde residem. Com o aplicativo os usuários trocam informações sobre pontos de maior incidência de assalto e podem informar os vizinhos sobre as atitudes suspeitas e auxiliar na busca de um documento ou animal perdido.
Entre os participantes do grupo está o capitão da 4ª Companhia da PM, Fernando Carvalho Ricardo, integrante da PM que orienta os munícipes. “Aproveitamos as ferramentas tecnológicas para otimizar os recursos escassos que temos no serviço público. Aumentar o efetivo custa caro, então precisamos olhar as necessidades com atenção e apostar na otimização. A participação do cidadão é fundamental, sem colaboração da população com a polícia, o trabalho é inviável”, afirma.
Em relação ao trabalho de inteligência, o capitão explica que o ideal seria se em cada esquina houvesse um policial, no entanto, é praticamente impossível levando em conta o tamanho de cada batalhão e, desta forma, é necessário aproveitar cada homem para estar ativo nos pontos principais da cidade de acordo com as ocorrências e estatísticas registradas pela Secretaria de Segurança Pública.
“As redes sociais servem como um complemento. Mas o disk denúncia é o meio mais adequado para apuração detalhada. Já para emergências, casos de roubo, crime, atitude suspeita, a primeira providência é denunciar através do 190. Assim o registro é diretamente distribuído entre os sete municípios”, afirma o capitão.
Já em um momento seguinte, a PM recomenda que as vítimas montem um grupo nas redes sociais com os vizinhos para evitar e/ou informar sobre alguma atitude suspeita. “Conhecer o vizinho é uma atuação preventiva muito importante. Talvez seu parente ou a PM esteja do outro lado da cidade, e não tenha tempo hábil para ajudar num caso de necessidade. E aquele sujeito suspeito que estava em frente a sua casa poderia realmente praticar o crime, e se você vizinho enxergou e avisou na rede social, uma simples mensagem pode abortar um crime. É um trabalho como fator preventivo que tem diminuído 16% dos roubos e assaltos, se comparado agosto/2016 com agosto/2015”, conta.
Além disso, reuniões mensais com a Coordenadoria Estadual dos Conselhos Comunitários de Segurança (Conseg) e registro de boletins de ocorrência são canais essenciais para o bom desenvolvimento do combate à criminalidade. “O Conseg é fundamental para os moradores. Nós, PMs participamos para ouvir, sermos cobrados e apresentar os resultados do trabalho que está sendo desenvolvido. Por outro lado, as redes sociais nos auxiliam para a verificação das demandas, onde tentamos deslocar o policiamento de acordo com as necessidades cruzadas dos dados registrados o informativo criminal e as ocorrências das redes sociais”, conta. “É uma ação coletiva entre moradores e PM, mas sempre digo que eles não deixem de denunciar formalmente pelo 190”, reitera o capitão.