Dezoito dias após o fim dos Jogos Olímpicos, o Rio de Janeiro vira o palco da 15ª edição dos Jogos Paraolímpicos. Três atletas da região foram para a Cidade Maravilhosa em busca de medalhas. Nesta quinta-feira (8), Verônica Hipólito, ex-aluna do Colégio Singular e ex-atleta do Clube Atlético Aramaçan, em Santo André, garantiu vaga na final dos 100m rasos na categoria T38.
Verônica correu na primeira bateria onde dominou a prova e acabou em primeiro com o tempo de 12s84. Na classificação geral acabou com o segundo melhor tempo, sendo ultrapassada pela atual recordista mundial, a britânica Sophie Hahn, que quebrou o recorde paraolímpico na segunda bateria ao marcar o tempo de 12s62. A final será realizada nesta sexta-feira (9), marcada para as 17h42, no Estádio Olímpico Nilton Santos, o Engenhão.
Aos 20 anos, Verônica tem uma grande história de superação. Iniciou no esporte aos 10 anos, dois anos mais tarde descobriu um tumor no cérebro – algo que ela voltaria a ter anos depois, após o tratamento obteve a cura e aos 14 anos entrou na equipe de atletismo do Clube Atlético Aramaçan, passou a se destacar, mas o destino lhe pregou outra peça. Aos 15 anos teve um acidente vascular cerebral (AVC), que a deixou paralisada o lado direito de seu corpo e mal conseguia falar. Também foi diagnosticada com uma síndrome rara (polipose adenomatosa familiar).
“Certa vez um professor falou que qualquer um pode ser um gigante, desse que tenha determinação. E vou provar que posso ser gigante no esporte. Quero orgulhar todo mundo, ser a melhor e mostrar que o Brasil é também o melhor”, afirmou Verônica em uma visita que fez ao Colégio Singular, no fim do primeiro semestre.
A velocista ainda disputará mais duas finais. No próximo domingo (11), tenta a medalha no salto em distância, e na próxima quarta disputa um lugar no pódio nos 400m rasos, ambas na categoria T38.
Outros dois atletas da região também estão entre os favoritos para a conquista de uma medalha. Nascida m Três Lagoas (MS) e moradora de São Caetano, Silvânia Costa de Oliveira começou no esporte aos 11 anos. Adolescente, foi diagnosticada com a doença de Stargardt, que a fez perder a visão. Adulta, passou a correr para sustentar a filha e acabou como uma das principais velocistas do País. Silvânia disputará duas provas, o revezamento 4×100 na categoria T11-13 e salto em distância na categoria T11.
A região também será representada nas águas. Ex-dançarino do cantor Frank Aguiar, Luís Carlos Cardoso da Silva, 31 anos, morador de São Bernardo, contraiu esquistossomose e ficou paraplégico. Deixou a dança e parou no esporte. No caiaque ganhou dois títulos mundiais e no Rio tenta o primeiro título paraolímpico na categoria KL1.