Com dúvida até o último segundo, a Câmara de São Bernardo aprovou nesta quarta-feira (13), o aumento de 19,61% nos salários do prefeito Luiz Marinho (PT), o vice-prefeito Frank Aguiar (PRB) e dos secretários retroativos ao mês de março. Apesar da legalidade do projeto, oposicionistas consideram que a proposta era “imoral”.
Por causa da série de dúvidas sobre o projeto a sessão foi suspensa por algumas vezes. Na volta, o vereador Julinho Fuzari (PPS) tentou emplacar duas emendas ao projeto, uma que retirava o aumento ao chefe do Executivo, o que foi considerado inconstitucional e a segunda emenda que suprimia o aumento ao vice-prefeito, o que acabou rejeitada pela maioria dos vereadores.
Na votação da propositura foram 14 votos favoráveis (sete do PT, dois do PHS, um do PRB, um do PMDB, um do PSD, um do PR e um do PTdoB) e 11 contrários (quatro do PPS, três do PSDB, um do Solidariedade, um do PSB, um do PDT e um do DEM). Apesar de passarem pelo Legislativo, Rafael Demarchi (PRB) e Fábio Landi (PSB) não estavam no plenário no momento da votação.
Integrante da base de apoio de Marinho na Casa, Ramon Ramos (PDT) afirmou que manteve a sua coerência ao dar o voto negativo no projeto. “Concordo que é legal, juridicamente, mas considero que no momento em que o país se encontra eu considero que seja imoral, então eu votei não ao aumento dos salários do prefeito, do vice-prefeito e dos secretários, pois considero que não seja o momento”, afirmou o pedetista.
“Não vem me falar de um momento político, pois isso é uma fala de quem quer se aproveitar de uma situação. Isso é regimental. Agora quem deve responder sobre o aumento é quem recebeu. O vereador tem que legislar e não fugir disso, eu acho um absurdo”, afirmou Ferrarezi sem citar o nome do vereador que está “se aproveitando” do momento.
Questionado se sentiu derrotado com a aprovação do reajuste, Fuzari considera que o ato foi uma derrota da população. “A Câmara Municipal tem como dever representar o cidadão e demonstrou mais uma vez que não está representando os interesses da população, mas sim o de um partido político, de um governo que vem prestando um péssimo serviço para a população”, falou o oposicionista.
O aumento dos vencimentos do prefeito, do vice e dos secretários foi baseado no mesmo aumento aprovado para os servidores, algo que foi dado a cerca de um mês. Caso Luiz Marinho sancione o projeto o seu salário passa dos atuais R$ 25.604,69 para R$ 30.620. Frank Aguiar passa a receber R$ 15.310 (atualmente é R$ 12,8 mil) e os secretários passam de R$ 19,2 mil para R$ 22,9 mil.