O momento exige serenidade

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O vazamento da lista da construtora Odebrecht, com mais de 200 nomes de políticos de diversas siglas, inclusos 11 do ABC, deixa claro que o Brasil precisa passar por uma reforma política imediatamente. A Operação Lava Jato tem muito a contribuir com esse processo se for conduzida com profissionalismo e responsabilidade.

Desta vez, a forma como o vazamento se deu permitiu à população ver um retrato de como são financiados os candidatos no atual sistema eleitoral, independente da cor partidária. O numerário e nomes nas planilhas revelam como se processa a escolha dos agraciados em uma doação empresarial. Os recursos – legal ou ilegal – alcançam cifras difíceis de serem digeridos pelos eleitores.

Mas para que a Operação Lava Jato não seja prejudicada é preciso seriedade no trato das regras constitucionais. Não é correto que informações vazem seletivamente ou que parte dos denunciados em delações premiadas continue a ser investigada enquanto outra parte sequer é chamada a depor. Esses erros devem ser evitados e punidos exemplarmente.

As decisões dos juízes devem ser tomadas com o intuito de se chegar à verdade dentro do estado de direito. Não podem ter cunho político-partidário, sob o risco de, no final, desqualificar o trabalho da Polícia Federal e culminar na impunidade dos corruptos. O momento pede muita serenidade e punição exemplar dos corruptos.