Metodista faz pesquisa sobre distração digital no trabalho

pelo menos 15% da distração ocorrida no ambiente de trabalho é explicada pelo uso compulsivo de dispositivos como Whatsaap, Facebook e Skype (Foto: Allan White/Fotos Públicas)
pelo menos 15% da distração ocorrida no ambiente de trabalho é explicada pelo uso compulsivo de dispositivos como Whatsaap, Facebook e Skype (Foto: Allan White/Fotos Públicas)

Pesquisa de mestrado elaborada na Universidade Metodista de São Paulo concluiu que pelo menos 15% da distração ocorrida no ambiente de trabalho é explicada pelo uso compulsivo de dispositivos como Whatsaap, Facebook Messenger e Skype.

“O acesso cada vez maior à Internet permitiu alterações relevantes no cotidiano dos indivíduos, organizações e sociedade. Trouxe também distrações recorrentes e outras possibilidades adversas. Queremos ampliar o conhecimento sobre a TI como fonte de reflexos negativos no cotidiano dos profissionais nos locais de trabalho”, comenta o coordenador da pesquisa e professor de pós-graduação da Metodista, Alexandre Cappellozza, que orientou o mestrando Leonardo Mairene Muniz.

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Como a distância da internet e dos celulares se estreitou no ambiente corporativo para fins pessoais o tema será aprofundado na Metodista. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) acaba de aprovar projeto de pesquisa elaborado por Cappellozza com o título “Uso excessivo de Tecnologia de Informação e seus reflexos no ambiente de trabalho”. O objetivo é investigar de que forma os recursos tecnológicos podem gerar impactos negativos no desempenho nas empresas.

Frequência

Dos 283 profissionais pesquisados, 22,2% usam dispositivos digitais acima de 15 minutos por hora dentro do ambiente de trabalho. Significam 1 hora e 35 minutos em um expediente comercial médio de nove horas. E pelo menos 15% de um grupo de 150 aficcionados perdem totalmente a concentração no trabalho porque estão magnetizados sobretudo com Whatsapp, Facebook Messenger e Skype, os três campeões de preferência em 10 comunicadores instantâneos listados.

“A distração eletrônica é o mais novo desafio colocado às empresas. É possível bloquear o acesso de computadores corporativos às redes e aplicativos, mas não o celular, um instrumento privado”, alerta professor Alexandre Cappellozza. Metade (50,1%) dos pesquisados usa os aplicativos no expediente de trabalho acima de 5 minutos/hora.

Teclar incessante

Ficou constatado que a distração se deve muito mais à imersão do usuário do que à frequência com que passam os olhos sobre os dispositivos. Tanto assim que há quem consiga se abster: 0,9% dos pesquisados veem os alertas no celular acima de 10 vezes por hora, mas não respondem. “Com a imersão, você interrompe o que está fazendo para interagir. Com a frequência, você dá uma rápida olhada e adia a resposta ao emitente”, acrescenta professor Cappellozza.

A pesquisa foi realizada em 2015. Dos 321 questionários, 283 foram validados porque atendiam a pré-requisitos como estar trabalhando há pelo menos seis meses e ter mais que 18 anos de idade. O grupo foi equilibrado no gênero (47% homens, 53% mulheres). Todos usam comunicadores digitais há mais de um ano. O aplicativo campeão em uso é o Whatsapp (90,1% da preferência), seguido do Facebook Messenger (62,2%) e do Skype (33,2%).

Cerca de 75% dos pesquisados usam aplicativos móveis pelo menos uma hora ao dia, quase 34% entre uma e três horas e 10% chegam a usar mais de 10 horas. Só 25% usam menos de uma hora por dia.

 

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