O Sindicato dos Trabalhadores Borracheiros da Grande São Paulo e Região programou manifestação na portaria principal da Pirelli, em Santo André, a partir das 13h desta quinta-feira (18). O objetivo é pressionar a empresa a rever o que seria uma política de substituição de funcionários contratados por prazo indeterminado por temporários. O sindicato também reclama que a fabricante de pneus não teria efetuado o pagamento de alguns valores devidos a funcionários demitidos no ano passado e no início deste ano.
Segundo o presidente do sindicato, Marcio Ferreira, em janeiro foram demitidos 120 empregados, todos efetivos. Nos últimos meses de 2015, a Pirelli dispensou cerca de 500 trabalhadores, a maioria temporária, porém, muitos efetivos estavam na lista. “Agora, eles querem demitir outros 120 efetivos e colocar no lugar trabalhadores temporários. A Pirelli quer reduzir custos, mas não pode fazer isso prejudicando o trabalhador”, reclama Ferreira.
Quanto às pendências, o sindicalista comenta que a rescisão foi paga, porém, alguns valores não foram depositados. “Estão faltando 220 horas de Participação nos Lucros e Resultados. A empresa havia programado para pagar no dia 5, mudou para o dia 10, para o dia 19 e agora quer marcar outra data. Parece que, neste caso, há um problema interno no sistema deles”, disse.
A manifestação deve mobilizar cerca de 1.200 trabalhadores de dois turnos e pode se transformar em uma greve de advertência até porque a fábrica toda entrará em férias coletivas pelo período de 15 dias a partir desta segunda-feira (22). A ideia é reduzir a produção por conta do alto estoque, a Pirelli teria três depósitos cheios de pneus e não haveria mais espaço para estocá-los.
Chineses
Na opinião de Marcio Ferreira, a postura dos dirigentes da Pirelli está diretamente relacionada à venda da companhia aos chineses. Empresas concorrentes como Bridgestone e Goodyear também sofrem com a crise, mas não estariam agindo da mesma forma. “Eles devem ter prometido lucros altos, mas como a venda aconteceu em um momento de crise, os resultados devem estar ruins. Aí a solução é reduzir custos, mas eles querem fazer isso às custas dos trabalhadores”, reclamou.