A Pesquisa de Emprego e Desemprego na Região do ABC (PED ABC), realizada pela Fundação Seade e pelo Dieese em conjunto com o Consórcio Intermunicipal Grande ABC aponta aumento na taxa de desemprego entre 2014 e 2015. A taxa subiu de 10,7% para 12,5%, segundo estudo divulgado nesta quarta-feira (27). A pesquisa estima que 175 mil pessoas estejam sem emprego na região.
As principais quedas aconteceram no setor da Indústria de Transformação onde 33 mil postos de trabalho foram perdidos no ano passado (-10,3%). O destaque fica para o segmento metal-mecânico que teve uma retração de 14,2% (menos 24 mil postos de trabalho). A construção também teve queda de 7,7% e o setor de serviços teve queda de 1,4%.
Houve uma “compensação” nos números com o crescimento do Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas que geraram 14 mil postos de trabalho em 2015. Assim, de janeiro a dezembro foram eliminados 32 mil postos de trabalho nas sete cidades da região. O número está associado ao ligeiro decréscimo da População Economicamente Ativa (PEA). Segundo a pesquisa, 7 mil pessoas deixaram de fazer parte da força de trabalho na região. Segundo o economista, Alexandre Loloian, coordenador da PED ABC, o cenário está parecido com a crise de 2009.
“O que vai determinar se a taxa de desemprego vai aumentar ou não é o comportamento da população. Os sinais que a população recebe e como reage. Tem coisas que são inevitáveis, o chefe da família perdeu o emprego, a renda familiar foi lá para baixo, mais gente vai para o mercado de trabalho, não tem jeito. Se a redução do orçamento não for tão grande, que dá para quebrar o galho e ir tocando com alguns cortes, é possível que menos pessoas entrem no mercado de trabalho. O sinal que vamos receber é que está difícil procurar emprego, porque as empresas não estão admitindo, foi exatamente o que aconteceu em 2009”, explicou.
A pesquisa também aponta que aumentou o número do desemprego aberto (que relaciona as pessoas que procuraram emprego de maneira efetiva nos 30 dias anteriores à pesquisa). Em 2014 este grupo representava 8,7% e em 2015 já representam 10,1%. Em relação ao desemprego oculto (pessoas que trabalham ocasionalmente realizando o chamado “bico”) aumentou de 2% para 2,4% de um ano para outro.
Assalariados
A PED ABC também apontou queda no número de assalariados na região. O total diminuiu 4,27% entre 2014 e 2015, “resultado da redução do emprego no setor privado (-6%) e do aumento no setor público (6,3%)”, explica a pesquisa. Também houve redução do número de assalariados com carteira assinada (-5,4%) e sem carteira assinada (-10,2%). O número de autônomos subiu 4,8% nos últimos doze meses.
A média da jornada de trabalho dos ocupados também diminuiu em uma hora semanal (de 41 para 40 horas), além da queda daqueles que exercem mais que 44 horas semanais de trabalho, de 28,6% para 27,6%. O rendimento mensal dos ocupados também caiu 7,3% e assalariados caiu 5%. De R$ 2.170 para R$ 2.242.