O tenista mineiro Bruno Soares está com a sorte ao seu lado. Entrou na chave de duplas de Roland Garros como um `alternate como se diz no tênis, ou seja, jogador que só conseguiu um lugar graças a desistências de outros. Formou parceria com o sérvio Dusan Vemic e neste domingo ganhou a terceira partida, batendo os israelenses Jonathan Erlich e Andy Ram (cabeças de chave número 3) por 64 e 64.
Com a classificação para as quartas de final do Aberto da França já acumulou um prêmio de 37,5 mil euros, fica com a metade (18.750 euros) e se vencer na próxima rodada – joga com o sueco Jonas Bjorkman e Kevin Ulliett, do Zimbábue – irá dividir 75 mil euros, ficando com 37,5 mil euros, um acréscimo de 18.250 euros ao valor que já garantiu. Ainda assim, com o que fez hoje já pôde comemorar.
“Nunca ganhei tanto dinheiro na minha vida”, celebrou Bruno Soares, um jogador pouco conhecido até mesmo dos brasileiros. Seu sucesso é fruto da persistência. Aos 26 anos viu sua carreira ameaçada em 2006 por causa de uma lesão no joelho. Recuperado voltou à batalha e, mais uma vez, foi premiado pela insistência. Não sem antes fazer pesquisas e calcular possibilidades.
“Estava como terceiro `alternate e analisei que nos últimos dois anos sempre desistiam duas duplas. Conversei com Dusan (Vemic) que aceitou correr o risco de ficar em Paris sem a certeza de que iríamos jogar. Valeu, dei sorte, com certeza.” Com a classificação para as quartas de final das duplas, Bruno Soares já faz bonito no primeiro Grand Slam de sua vida. “Nunca tinha entrado numa chave principal do Grand Slam, só nos juniores e qualifying”, conta.
Com a estrela brilhando, Soares também deu sorte na escolha do parceiro. Dusan Vemic é um desses jogadores perigosos do circuito. Seu saque costuma ultrapassar os 215 km-h. Nas duplas, isto é uma arma poderosa. Bom para Bruno Soares, que faz história em Roland Garros como primeiro brasileiro a alcançar as quartas de final, desde Gustavo Kuerten em 2004.